JOÃO LOURENÇO APELA À ZÂMBIA E A RDC PARA COOPERAREM NO SECTOR ENERGÉTICO

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Presidente angolano garante que país lusófono está a fazer “importantes investimentos no sector energético” e defendeu que Zâmbia e República Democrática do Congo precisam de partilhar energia.

O Presidente angolano disse, em Benguela, que além do corredor do Lobito Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDCongo) precisam de partilhar energia, quando o país lusófono está a fazer “importantes investimentos no sector energético”.

“É hora também de começarmos a pensar na ligação entre os nossos países, africanos de uma forma geral, mas no caso concreto dos nossos três países, Angola, Zâmbia e a RDCongo, em investirmos, não necessariamente com recursos públicos em auto-estradas para ligarem os países da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]”, disse João Lourenço esta terça-feira.

O chefe de Estado falava na cerimónia que marcou o ato de passagem da concessão dos serviços ferroviários e da logística de suporte do corredor do Lobito. Segundo João Lourenço, o corredor do Lobito “vai seguramente dinamizar as exportações interafricanas, que para já apenas representam 14% do total efectuado para o resto do mundo”.

“Números como este mostram-nos a importância e a necessidade de colocarmos as nossas infra-estruturas ao serviço do desenvolvimento e social dos nossos países e do nosso continente e de sermos nós a fazê-lo com visão, com propósito e com objectivos claramente definidos”, afirmou.

O Presidente angolano salientou que cabe aos africanos aproveitarem todas as oportunidades para a geração de valor acrescentado em todos os países, para que a valorização das suas exportações e criação de postos de trabalho para a juventude sejam uma realidade e não apenas conversas de circunstâncias ou de fóruns internacionais, onde o ‘glamour’ ofusca com frequência o que realmente se quer e se precisa “para os filhos de África”.

“É a nós de mãos dadas e em franca cooperação que cabe garantir o desenvolvimento e o progresso das nossas nações em paz, estabilidade, com transparência e equidade, para que com profissionalismo criemos um futuro sustentável que beneficie a todos”, advogou.

João Lourenço frisou que com as potencialidades do corredor foram atraídas as melhores e as mais relevantes empresas privadas do sector, realçando que “com a consistência, o foco e a determinação” os três países atraíram para o projecto “os olhares de potências mundiais, como os Estados Unidos da América, a União Europeia e a China”.

“Na última reunião do G7 no Japão, o corredor do Lobito, que abarca o caminho-de-ferro de Benguela, o porto comercial e mineiro, foi um dos projectos mencionados pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, que afirmou claramente estar o seu país disponível para nele investir cerca de 250 milhões de dólares”, salientou.

Já a União Europeia, acrescentou João Lourenço, reforçou e levou a um estado valioso o resultado do concurso ao aprovar a constituição da “joint-venture” que vai gerir, manter e operar o corredor do Lobito durante os próximos 30anos, com possibilidade de poder estender por mais 20 anos.

Por sua vez, o Presidente da RDCongo, Antoine Félix Tchisekedi, destacou o esforço do país vizinho na reabilitação do corredor do Lobito, “muito importante para o escoamento das matérias-primas e outras mercadorias”, interrompido devido a conflitos armados.

O Presidente congolês salientou que a cerimónia de transferência do serviço ferroviário e logística de apoio “vem confortar a escolha colectiva tomada para convergir a integração dos povos e das economias dos três países”, com projectos sustentáveis e sólidos.

O Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, reiterou a importância do corredor do Lobito para os três países, para a região austral e o continente africano, bem como o compromisso do seu país para este projeto, “por causa de benefícios económicos”.

Hichilema salientou que para a Zâmbia o corredor tem impacto sobretudo na questão da extracção e transporte dos minerais, mas o projecto em si encerra outras áreas importantes como a agricultura, turismo e logística. “Isto quer dizer que poderemos fazer negócios de forma mais rápida, com tempo mais curto e isto é bastante importante, é uma rota alternativa, mas a um custo justo e claro”, referiu.

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