A VIOLÊNCIA E O SILÊNCIO: UM RETRATO DA GESTÃO CRIMINOSA EM ANGOLA – FERNANDO VUMBY

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A situação em Angola tem sido marcada pela violência e pela suspeita de que altos escalões do governo estejam envolvidos em práticas criminosas. Acredita-se que a polícia secreta, a SIC, e outros órgãos actuem de acordo com ordens superiores. Nesse contexto, a desconfiança torna-se mais segura do que a confiança ao lidar com criminosos. Ninguém deve ser obrigado a confiar em pessoas que não lhes dão motivos para isso. Cada indivíduo é livre para confiar ou desconfiar. 

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As fotos publicadas de figuras já falecidas levantam questões sobre a necessidade de uma investigação verdadeira, considerando tanto os eventos anteriores quanto os posteriores. É preciso seguir pistas e buscar detalhes que foram convenientemente ocultados até hoje. É desejável que um dia esse regime caia e que a verdade venha à tona.

Há evidências abundantes de que o MPLA usa a política de silenciamento de seus opositores políticos, inclusive recorrendo ao assassinato. Mandar matar ou permitir que morram não é novidade para aqueles que acompanharam minimamente a trajetória criminosa desse governo. A existência de provas factuais não tem sido suficiente para forçá-los a dar explicações convincentes, nem mesmo aos familiares das vítimas. O caso de Mfulupinga e Ricardo Melo é apenas um exemplo entre muitas ocorrências semelhantes.

Hoje, chegamos à conclusão de que Angola, sob a gestão criminosa do MPLA, tornou-se um país onde o maior risco para seus próprios cidadãos é estar vivo. É alarmante perceber que se pode passar de vivo a cadáver em questão de segundos. Embora seja verdade que estar vivo é estar sujeito à morte em qualquer país, é difícil acreditar que em nenhum outro lugar do mundo se morra tanto como consequência de uma gestão criminosa.

A saga assassina dos serviços secretos e seus aliados, que eliminam seletivamente tantos opositores e outros indivíduos, é perturbadora. No entanto, o pior aspecto dessa história assustadora é a forma como eles silenciam os familiares das vítimas. Essas famílias são forçadas a acreditar em versões fabricadas sob ameaças de represálias. Em um país onde tudo pode ser comprado e vendido, até mesmo instituições judiciais são usadas para intimidar e comprar o silêncio dos familiares, amigos e conhecidos. É chocante perceber como versões encomendadas e claramente manipuladas podem ser levadas a sério por alguns.

A violência e o silêncio que permeiam Angola revelam uma triste realidade: a gestão criminosa do MPLA tem colocado em risco a vida de seus próprios cidadãos. A desconfiança é compreensível diante de um governo que recorre ao assassinato como forma de eliminar opositores políticos. É essencial que a sociedade angolana busque a verdade e lute por justiça, para que um dia a história possa ser reescrita e a paz possa prevalecer. O caminho para a mudança pode ser difícil, mas é imprescindível para construir um futuro melhor para Angola e para todos os seus cidadãos.

Artigo de opinião da inteira responsabilidade do autor Fernando Vumby.

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