ASSESSOR PORTUGUÊS DE JL CONTRA MILÍCIAS DIGITAIS
António Cunha Vaz (na foto), fundador e Presidente da agência de comunicação portuguesa CV&A, que cuida da imagem do Presidente João Lourenço, desde 2021, manifestou desencanto com a conduta de responsáveis do Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA), que se destacam na produção de textos cujo teor comprometem a imagem do Estado angolano.
Fonte: Club-k.net
ANTÔNIO CUNHA VAZ EM CAMPO
A reacção de António Cunha Vaz, feita na tarde de 31 de Maio, foi na sequencia de um texto difundido por responsáveis do CIPRA, acusando a USAID – Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, de ser uma extensão da CIA, nos países onde os Estados Unidos da América (EUA). O texto diz ainda que a USAID, junto com a Open Society, de George Soros, está esta envolvida “na concepção, operacionalização e alteração inconstitucional de poderes democraticamente estabelecidos”.
O pensamento identificado neste assessor português que cuida da imagem de JL, é de que a produção de textos desta natureza são propícios de minar as relações diplomáticas entre Angola e os Estados Unidos, bem como pode manchar a imagem do próprio CIPRA que foi institucionalizado para trabalhar da imagem do Presidente da República.
O Director do Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA), é Alberto Colino Cafussa, um quadro do Jornal de Angola, que se tornou ligado a segurança de estado por via de um antigo aluno e que mais tarde foi levado ao gabinete presidencial pelas mãos de Luís Fernando.
Para além de dedicar-se na produção e distribuição de comunicados, o CIPRA é vários vezes criticado por realizar trabalhos menores de disseminação, nas redes sociais, de textos contra que critica o Presidente João Lourenço. O grupo que desempenha esta tarefa é também tratado por “milicias digitais”.
No texto, desta semana que levantam acusações contra os Estados Unidos da América, a rede de Alberto Cafussa, procurou sair em defesa de uma polemica lei sobre o funcionamento das ONG, que o Presidente de Angola mandou fazer aprovar. A produção da lei, é justificada como servindo para garantir que as ONG não sejam usadas por organizações terroristas.
Com esta nova lei, as contas e finanças das ONG, passarão a ser inspecionadas pela IGAE, órgão da dependência do PR, e auditadas pelo Tribunal de Contas. Os programas das ONGs em Angola, passarão a ser aprovados e complementares as acções do governo. Para constituição de uma ONG, os seus responsáveis terão de enviar um CV para ser aprovado por João Lourenço.
Ao sair em defesa da lei, a rede de Alberto Cafussa, produziu o polêmico texto, criticando todos os especialistas nacionais (Margareth Nanga, Ramiro Aleixo, e Jaime Jose Joaquim) que fizeram comentários contrários ao referido projecto de lei. Aparentemente extrapassado, a rede de Alberto Cafussa, procurou rebater sugerindo que os EUA tem ONGs que por sua vez, usam as parceiras no estrangeiro para fins de desestabilização.
Indignado com o deslise “diplomático” da rede de Alberto Cafussa, o assessor português António Cunha Vaz, tomou ele próprio a dianteira de entrar em campo, distanciando-se do texto “anti-EUA”. Num comunicado por si feito, o assessor de imagem Cunha Vaz, esclarece que o texto “anti-EUA”, atribuído ao CIPRA, “não passa de uma tentativa de produzir confusão nas relações diplomáticas entre Angola e EUA, bem como manchar a imagem de uma instituição idónea vocacionada apenas para cuidar da imagem do Presidente da República”.
António Cunha Vaz, não cita como irá controlar as “miliciais digitais” ligadas ao CIPRA, porém, lançam um apelo “aos gestores das páginas digitais a primarem por um jornalismo responsável, em conformidade com as regras desta profissão nobre que tem na verdade a sua razão existencial”.