CORRUPÇÃO NO SME: MOVANGOLA, CNJ, MEA, AMOTRANG E ANATA ENVOLVIDOS NO ESCÂNDALO QUE LEVOU A SUSPENSÃO DO CURSO
A suspensão do curso de ingresso para a carreira do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), realizado nos centros de treino de Viana (Escola Nacional de Migração, Km32) e Benfica, em na capital angolana, pelo Ministério do Interior (MININT), está associada à alegada corrupção, inclusão irregular de alguns candidatos ligadas as órganizações Movangola, liderada por António Sawanga, CNJ Isaías Kalunga, MEA Francisco Teixeira, ANATA Francisco Paciencia e AMOTRANG Bento Rafael, disse uma fonte do IGAE ao Portal o Ladrão.
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De acordo com a fonte que trabalha no processo que pode culminar com a detenção de vários lideres das referidas órganizações, o SME havia inicialmente planeado condições logísticas para dois mil recrutas. No entanto, a decisão de aumentar esse número para mais de cinco mil foi atribuída ao presidente da Movangola, António Alcino Sawanga, em conluio com a direcção cessante do SME e alguns altos funcionários do MININT.
Fontes apontam que a medida terá sido motivada por interesses financeiros, com ganhos ilícitos repartidos entre os envolvidos, que perderam a noção das irregularidades agora detectadas pela actual direcção do SME.
Fontes da IGAE, garante que caso haver duvidas e possiveis ameaças aos órgãos de comunicação social que publicarem as denuncias sobre o processco, vão avançar os nomes dos corruptos e corruptores.
“Estes líderes destas organizaçãos não fizeram só isso no SME, também no SIC, Serviços Prisionais, destribuição de terrenos, casas, vagas de estudantes vendidas, bolsas de estudos desviadas, viaturas que receberam, etc, disse a fonte.
António Sawanga, descrito como um destacado cabo eleitoral do MPLA, partido no poder, tem estado sob os holofotes devido às suas iniciativas de cariz político, alegadamente destinadas a melhorar a imagem do Presidente João Lourenço.
Este último tem enfrentado crescente contestação popular devido a crise económica, associada à má governação, e à persistente corrupção no seu governo.
Ontem, a porta-voz do SME, Domingas Mendonça, confirmou – tal como noticiado por este jornal – que a suspensão do curso está directamente ligada às irregularidades registadas ao longo do processo de recrutamento.
A responsável avançou ainda que será nomeada uma nova comissão para a revisão integral de todo o processo de selecção. Os candidatos deverão ser submetidos a testes psicotécnicos e exames médicos, assegurando maior rigor e transparência.
Domingas Mendonça explicou também que a suspensão é uma medida “temporária” e que o funcionamento da nova comissão será iniciado em breve, numa tentativa de reorganizar e retomar o processo de recrutamento dentro dos padrões legais e éticos.
Fontes anónimas, revelam ainda que o presidente da Movangola terá facilitado o recrutamento de centenas de civis – dentre os quais membros da organização que dirige – que foram inseridos irregularmente nas fileiras do SME em troca de benefícios pessoais e financeiros, partilhados entre os responsáveis do esquema.
A exoneração recente do ex-director – geral do SME, comissário João António da Costa Dias, também está a ser associada a este processo de recrutamento dentro dos padrões legais e éticos.
Fontes do Imparcial Press revelam ainda que o presidente da Movangola terá facilitado o recrutamento de centenas de civis – dentre os quais membros da organização que dirige – que foram inseridos irregularmente nas fileiras do SME em troca de benefícios pessoais e financeiros, partilhados entre os responsáveis do esquema.
A exoneração recente do ex-director- geral do SME, Comissário João António da Costa ias, também está a ser associada a este processo de recrutamento irregular, evidenciando o impacto das alegações sobre a estrutura do Serviço de Migração e Estrangeiros.
De salientar que, em Janeiro deste ano, o então ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, recentemente exonerado, inaugurou a nova sede da Movangola, localizada no município de Talatona, em Luanda.
Na ocasião, o ex-ministro viu o seu nome ser perpetuado no auditório da instituição. António Sawanga, presidente da Movangola, justificou a escolha da nomenclatura “Auditório Dr. Eugénio César Laborinho” como uma forma de reconhecer os feitos de um “filho da Pátria Mãe”, que, segundo Sawanga, tem contribuído com o seu saber para garantir um país mais seguro.
Durante o evento, Eugénio Laborinho destacou que, ao longo dos 11 anos de existência, a Movangola, apesar das inúmeras dificuldades, tem demonstrado ser uma instituição idónea, comprometida em praticar a solidariedade e mitigar as carências que afectam os segmentos mais vulneráveis da sociedade.
“É notória a visão estratégica, abrangente e transversal da Direcção do Movangola, que tem contribuído para acções de sensibilização dos cidadãos no respeito pelos órgãos de soberania, a conservação dos bens públicos, a promoção da cultura angolana e o exercício da cidadania. Estas acções visam fomentar uma convivência saudável e uma sociedade mais coesa e equilibrada”, afirmou o então titular do Ministério do Interior.