LEGALIZAÇÃO DE IGREJAS: HÁ MÁFIA NO INAR

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S e estivéssemos num país em que as leis fossem respeitadas verdadeiramente, o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos ( INAR), adstrito ao Ministério da Cultura( MINCULT), já estaria sob investigação do Serviço de Investigação Criminal( SIC), da Inspecção Geral da Administração do Estado( IGAE) e da própria Procuradoria Geral da República( PGR), mas as várias denúncias que têm vindo a público, talvez não suscitaram ainda algum interesse para que estes órgãos entrem em acção para apurarem os factos.

Investigação feita pelo Pungo a Ndongo, com base em denúncias chegadas à nossa Redacção, dão conta de negócios milionários para ‘legalização’ de igrejas, cujo montante varia entre os 100 milhões e 200 milhões de kwanzas, ao passo que a alteração das direcções em caso de crise de liderança, o montante sobe para 150 milhões de kwanzas, e pode ser pago por duas ou três prestações anuais, avança uma fonte conhecedora do dossier.

Dos vários casos, há dois em que estão envolvidos conhecidos pastores evangélicos e membros activos de um conhecido partido político com assento na Assembleia Nacional, que receberam 25 mil dólares, em 2008, para legalizar uma congregação estrangeira não cristã, em 2012, mas até ao momento o assunto está em ‘stand by’ porque houve desentendimento entre os intermediários do INAR e os angariadores. A matéria, que será destaque na nossa próxima edição, vai também trazer depoimentos de como legalizar uma seita em pouco tempo e como obter protecção das autoridades do INAR, para se escapar de eventuais serviços de fiscalização das autoridades, ante o olhar sereno e impávido da inspecção do Ministério da Cultura. O negócio, que envolve ainda outras franjas da sociedade, é dominado maioritariamente por cidadãos da República Democrática do Congo (RDC), que transformaram a profissão da fé em extorsão aos fiéis em nome do Senhor.

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