PRESIDENTE DA UNITA DESTAPA INCOMPETENCIA DO SISTEMA DE SAÚDE ANGOLANO
O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Junior, abordou na sua replica do Estado da nação, os problemas significativos no sistema de saúde e educação de Angola, destacando a falta de priorização da dignidade humana e a necessidade urgente de melhorias no setor de saúde.
PORTAL O LADRÃO
Costa Junior apontou que os problemas no sistema educacional e de saúde estão interligados e resultam da falta de valorização da dignidade da pessoa humana. Ele enfatizou que o mesmo modelo de priorização equivocada se repete no setor de saúde, onde a falta de cobertura adequada de cuidados essenciais de saúde é evidente.
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, Angola tinha uma cobertura universal de saúde de apenas 39%, abaixo dos 40% registrados em 2019. Esses números são significativamente mais baixos do que os de países vizinhos, como a África do Sul e a Namíbia, que variam de 56% a 75% de cobertura.
Costa Junior destacou várias deficiências no sistema de saúde angolano, incluindo a falta de assistência ao parto para 39% das mulheres, a vacinação de rotina para apenas 57% das crianças, o acesso limitado à prevenção e tratamento da hipertensão arterial (menos de 40%), e o tratamento da tuberculose disponível para menos de 30% da população.
O líder da UNITA apontou que a falta de estruturas de saúde nas comunidades é um dos principais fatores que contribuem para essas estatísticas alarmantes. Ele argumentou que o governo concentrou seus esforços na construção de grandes hospitais terciários em detrimento de hospitais primários e secundários, desequilibrando o sistema de atendimento de saúde.
Costa Junior também criticou a falta de consulta aos profissionais de saúde e às ordens profissionais ao estabelecer relações inter-setoriais na construção de hospitais. Ele enfatizou a importância de envolver médicos, enfermeiros e outros especialistas na elaboração de projetos de saúde para garantir sua eficácia.
Outro problema apontado foi a falta de capacitação dos profissionais de saúde para operar equipamentos médicos nos hospitais. Muitos equipamentos permanecem inutilizados devido à falta de assistência técnica adequada e treinamento.
Costa Junior também levantou a questão da falta de empregabilidade de graduados em Eletromedicina, apesar de uma universidade no Huambo oferecer o curso. Ele argumentou que esses profissionais precisam ser absorvidos pelo Ministério da Saúde para melhorar o sistema de saúde.
Além disso, o líder da UNITA destacou a necessidade de uma gestão de recursos humanos mais equitativa no sistema de saúde, evitando deslocalizações frequentes de profissionais que afetam suas vidas pessoais e profissionais.
As observações de Adalberto Costa Junior destacam a urgência de melhorias no sistema de saúde de Angola e a necessidade de uma abordagem mais eficaz para atender às necessidades da população.