SEQUESTRO DE CRIANÇAS EM ANGOLA LEVANTA ALERTA SOBRE TRÁFICO HUMANO

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Alguns dos sequestradores continuam a monte e jurista questiona o papel do Estado que deve controlar as fronteiras

As autoridades angolanas revelaram que em menos de duas semanas seis crianças escaparam das mãos de sequestradores, em circunstâncias diferentes e em diversas províncias do país.

O anúncio do Instituto Nacional da Criança feito nesta semana levanta o alerta de evidências de potenciais casos de tráfico de seres humanos em Angola.

Os casos aconteceram nas províncias do Bié, Cunene, Cuando Cubango e Benguela e alguns dos sequestradores continuam a monte e a serem procurados pela polícia.
Para o jurista Hélder Chihuto, esta situação em Angola é recorrente e apela a um maior empenho das autoridades no combate ao tráfico de seres humanos, um apelo já feito pelo Departamento de Estado americano sobre o fenómeno, num relatório publicado em Julho de 2021 no qual que destacou avanços e recomendou a criminalização de todas as formas de tráfico sexual interno.
“Quem está a instigar? Quem está a promover? Quem está a induzir essas crianças a continuar a se acorrer na rua para prestar trabalho proibido, sobre a tremenda exploração de menores, são as entidades que deviam acautelar os direitos superiores delas. Portanto é muito grave… porque se há sequestro as crianças vão para o exterior do país de que forma essas crianças saem do país? Saem por onde?”, pergunta Chihuto.
Aquele jurista questiona ainda “de que forma tem-se acautelado a segurança da mobilidade dessas crianças, é preocupante”.
Já o psicólogo Carlinho Zassala denuncia a existência de grupos de malfeitores dedicados ao sequestro de crianças no país.
“Está-se a viver momentos perigosos que muitos sabem que existem grupos de malfeitores que raptam não só crianças, mas principalmente crianças que elas levam a um determinado sítio para serem retirados órgãos humanos e nós temos certeza que o nosso serviço de inteligência do Estado deve ter conhecimento”, aponta.
A Voz da América tentou o contacto com o director de comunicação institucional do Ministério do Interior, superintendente Vasco da Gama, que nos remeteu ao director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Direcção Geral do SIC, superintendente-chefe de Investigação Manuel Halaiwa, quem, por sua vez, não deu qualquer esclarecimento.
O Relatório do Departamento de Estado americano sobre o tráfico de seres humanos no mundo, de 2021, apontou que o Governo de Angola ainda não cumpre totalmente os padrões mínimos para a eliminação do tráfico de pessoas, embora tenha reconhecido que “está a fazer esforços significativos nesse sentido”.

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