OS PRÓS E OS CONTRAS DAS PRIVATIZAÇÕES EM ANGOLA
O Presidente do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado disse que o melhor das privatizações está para acontecer. Desde a criação do Propiv empresas entraram no seu rol, outras saíram. As privatizações vão continuar e algumas das mais conhecidas empresas estão na lista de vendas
O processo da privatização de vários patrimónios do estado angolano tem inúmeras vantagens para a economia angolana, entretanto, especialistas explicam também desvantagens neste processo.
Segundo o economista Estevão Gomes, o processo de privatização de várias empresas pertencentes ao estado angolano, trará aumento da lucratividade das empresas, criará maior riqueza, assim como irá melhorar a qualidade dos serviços prestados.
“Uma das vantagens que consegui observar é o aumento da lucratividade das empresas; elas sendo privatizadas certamente vão aumentar a lucratividade, irá gerar riquezas, a dinamização dos gastos com as folhas salariais, a melhoria no desenvolvimento das infra-estruturas e na qualidade de serviços oferecidos. Terá um peso sobre a população porque alguns serviços serão pagos, mas haverá uma grande vantagem” disse.
O jurista Manuel Cangundo apoia a iniciativa de privatizações das empresas, sobretudo aquelas que não tem dado melhores resultados ao estado e poderá eliminar o monopólio de muitos produtos.
“O estado nem sempre se apresenta como um bom gestor e por isso é sempre bom que tenha esta iniciativa, a privatização das empresas, sobretudo aquelas que não tem bons resultados, e também acaba sendo uma iniciativa para acabar com o monopólio”, disse.
O analista Ilídio Manuel não tem dúvida que estas privatizações vão ajudar ao estado, mas alerta para favorecimentos em alguns casos.
“Não há dúvida que essas privatizações desde que sejam bem feitas podem ajudar o estado a arrecadar algumas divisas, mas também temos a desvantagens de haver favorecimento como o caso do BCI que foi vendido abaixo do valor real” notou.
O Banco de Fomento Angola (BFA), a seguradora ENSA e a TV Cabo são algumas das empresas que devem ser privatizadas via bolsa, este ano, segundo a programação do Propriv, publicada a 28 de março no Decreto Presidencial n. 78/23.
O processo de privatização das acções do Estado na Endiama (empresa nacional de diamantes), na petrolífera estatal Sonangol, e na bolsa de valores Bodiva, será lançado através de uma oferta pública inicial de acções em 2024, altura em que o Governo pretende também avançar com a venda da companhia aérea TAAG, e da agroindústria Aldeia Nova.
Quanto à Unitel, Patrício Vilar presidente do IGAPE a entidade que gere o programa de privatizações, considera que 18 meses será um “prazo razoável” para a privatização.