NÃO NOS AMEACE, SENHOR PRESIDENTE! – JORGE EURICO
O Presidente da República, João Lourenço, está a fazer um jogo político (muito) perigoso.
Formalmente ainda não abriu o jogo, mas tudo indica que João Lourenço quer sim fazer um terceiro mandato, o que pressuporá a alteração da Constituição vigente.
João Lourenço tem consciência que (à excepção daqueles a quem ele acomodou) não tem o apoio da maioria do partido e dos seus principais “senadores”.
A alta de inaceitação popular é a que mais deixa João Lourenço política e psicologicamente combalido.
Ainda assim, João Lourenço quer aventurar-se a fazer o terceiro mandato. Cônscio de que não tem base de apoio, ele usa a Justiça para manter os membros do partido sob rédea curta e intimida-los com processos-crime de corrupção.
Para intimidar o povo, João Lourenço usa as Forças Armadas Angolanas (FAA). Foi assim dias depois do anúncio dos resultados eleitorais e, tudo indica, será assim em 2027.
Só assim se pode entender o seu dito, enquanto Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), reunido no pretérito dia 10 de Maio, em Menongue Cuando Cubango em reunião com as chefias militares. Eis o dito: “(…) As FAA devem (…) devem cumprir o papel que a Constituição e a Lei lhes confere (…) como a do combate a qualquer tentativa de subversão do poder legitimamente constituído (…)”.
Por mais volta que se tente dar, a afirmação de João Lourenço resume-se a uma só palavra: ameaça. E, já agora, com que direito João Lourenço ousa ameaçar o povo?
A ameaça de João Lourenço confirma que o mesmo quer ficar no poder para lá de 2027. E, ao que tudo indica, João Lourenço quer contar com as FAA para a sua “aventura” política ou jurídica.
João Lourenço quer contar com o patrocínio das FAA para materializar a sua pretensão de fazer três mandatos.
Os cidadãos angolanos sabem que as FAA devem ser uma instituição politicamente madura, republicana, apartidária e que não se deve deixar manipular e muito menos embarcar numa aventura que pode levar o País a uma instabilidade política por revolta popular, sem precedentes.
Independentemente do curso político que João Lourenço queira dar ao País, só peço uma coisa: não nos ameace. O senhor não tem este direito!