CORRUPTO NO GABINETE DE JLO: EDELTRUDES COSTA PODERÁ SER CONSTITUÍDO ARGUIDO
Diante da nova postura da PGR prometida recentemente pelo Procurador-geral Hélder Pitta Grós, em que serão tidos em conta diversos processos “que não estão esquecidos”, como garantiu, o nome de Edeltrudes Costa é um dos que chamaram a atenção da opinião pública
Após a sua recondução ao cargo de Procurador-geral da República e Inocência Pinto indicada para vice-Procuradora, Hélder Pitta Grós garantiu à imprensa que vai dar continuidade ao programa de combate à corrupção e que diversos processos serão retomados, as investigações concluidas e os acusados vão ser constituídos arguidos para que possam ir à julgamento.
Em face de notícias que estão a circular nos últimos dias sobre investigações que têm sido efectuadas pelo Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), que significa “Lei de Práticas de Corrupção no Exterior”, dos Estados Unidos da América (EUA), investigações essas que já datam de algum tempo e visam diversas personalidades angolanas, algumas ao mais alto nível, intocáveis e protegidas, voltam a ser “relembradas” em meios da sociedade.
Entre diversos crimes, o relatório faz referência a casos de alta corrupção com o desvio de fundos públicos e branqueamento de capitais no exterior, alegadamente praticados por indivíduos devidamente identificados.
De uma extensa lista, a opinião pública ressalta o nome de Edeltrudes Costa, director do Gabinete do Presidente da República, João Lourenço, que tem sido acusado de ter beneficiado de contratos milionários com o Estado.
Desde sempre, a PGR foi criticada por conduzir o processo, dito de “combate à corrupção”, de forma selectiva, condenando uns e ignorando outros e, inclusive, de haver “negócios” ou “arranjos”, que beneficiaram alguns elementos.
O Procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, sobre Edeltrudes Costa, revelou em tempos que a PGR estava a apurar dados sobre as denúncias contra o mesmo, porém o caso não terá avançado e caiu no silêncio como se nada houvesse acontecido.
No referido processo, o Governo angolano foi acusado de ter favorecido o chefe de Gabinete do Presidente em contratos públicos com a empresa “EMFC – Consulting, S.A”, que afinal, alegou-se, era propriedade do próprio Edeltrudes Costa.
Acusado de conflito de interesses e enriquecimento ilícito, entre outros corruptos camuflados no círculo restrito do Presidente da República e no Executivo, Edeltrudes Costa passou a ser notícia, a nível interno e externo, por ter beneficiado de supostos contratos públicos concedidos, com a aprovação da presidência de João Lourenço, à sua empresa de consultoria (EMFC Consulting), tendo investido, através de empresas offshore, parte dos rendimentos em imobiliário em Portugal.
Posteriormente, outras acusações foram surgindo como a do seu envolvimento em diversos “esquemas” lesivos ao Estado, com a “venda de diamantes em Antuérpia”, assim como de ter estado envolvido no caso de uma embarcação supostamente ucraniana, que pesacava ilegalmente em época de veda nos mares de Angola, apreendida em Benguela, cuja tripulação desrespeitou as autoridades angolanas, porque a mesma era protegida por Edeltrudes Costa que, nas suas “engenharias”, tem sido representado por vários “testas de ferro”, alguns deles bem identificados.
Apesar de a sociedade civil e a opinião pública angolana exigir a demissão de Edeltrudes Costa e requerer aos tribunais angolanos uma investigação, o Chefe de Estado minimizou a questão e, nem ele, nem Edeltrudes Costa, reagiram publicamente às acusações.
O caso de Edeltrudes Costa foi despoletado num contexto social de hipersensibilidade, corrupção e conflitos de interesse, em prejuízo dos cidadãos que continuam a sofrer, que perdem os seus empregos todos dias, que morrem de fome, por falta de medicamentos, com a maioria a viver em miséria absoluta.
Recorde-se que o nome de Edeltrudes Costa já fora citado no âmbito do “Luanda Leaks” por suspeita de corrupção durante a presidência de José Eduardo dos Santos.
Os angolanos e a opinião pública em geral esperam que, desta feita, em função da “nova postura” da PGR, prometida pelo Procurador-geral, Hélder Pitta Grós, Edeltrudes passe pelo crivo da justiça, com verdade e de forma transparente. (Com agências)