O QUE ACONTECEU NO CUANDO CUBANGO NÃO FOI “MANOBRA TÁCTICA DE BRIGADA”? – CARLOS ALBERTO

0

Não basta criticar. É preciso apurar a crítica. Dizer que o Presidente da República e Comandante-em-Chefe João Lourenço esteve mal na fotografia por ter dito que o que viu no Cuando Cubango foi “Manobra Táctica de Brigada”, quando devia dizer “Manobra Táctica de Batalhão” só pode ter duas explicações: desconhecimento de quem escreveu ou encomenda contra João Lourenço.

Eu prefiro ficar no desconhecimento e por isso vou tentar ajudar a esclarecer, já que vejo muita gente a partilhar uma mentira. Eu sou contra mentiras, não importa a cor dos olhos de quem é criticado. É justamente por isso que não sou amigo de ninguém.

As fotos publicadas pelo CIPRA mostram dizeres segundo os quais era “Manobra Táctica de Brigada”. Ou seja, a organização do evento assumiu, à partida, que se tratava de “Manobra Táctica de Brigada”. Não foi João Lourenço quem o fez. Ele só se referiu ao que aconteceu.

Traduzindo, “Manobra Táctica de Brigada” refere-se a acções coordenadas e planeadas, realizadas por uma brigada militar. No caso, até estava também no letreiro que se tratava de uma “Brigada de Infantaria” (está na foto). Todo o mundo pode verificar. 

Essas manobras, que se faz no mundo inteiro, envolvem a aplicação de estratégias e tácticas específicas para alcançar objectivos operacionais, como tomar posições, proteger áreas, realizar ataques ou defesas e coordenar o movimento e o emprego de diferentes elementos da brigada, como infantaria, artilharia, blindados e apoio logístico. As manobras tácticas de brigada são fundamentais para o sucesso das operações militares num nível intermédio entre as tácticas de pelotão e as estratégias de alto nível.

Quando essas manobras são reais, como a que as FAA realizaram no Cuando Cubango, visam, sobretudo, testar os níveis de adestramento e de coesão combativa coordenadas das tropas e dos meios técnicos das unidades militares nelas envolvidas, nas diferentes etapas do seu movimento, desdobramento e emprego combativo.

Logo, a crítica contra o discurso do PR é infundada. O seu discurso foi adequado ao evento. Não se tratou, como Arthur Queiroz escreveu, de “Manobra Táctica de Batalhão”, que é outra coisa. Aliás, as imagens e o conteúdo dos placares expostos no local da realização da manobra dizem tudo e esclarecem qualquer dúvida. Não sei, sinceramente, por que se está a fazer confusão.

Por outro lado, não é verdade que João Lourenço não cumprimentou a tropa. As fotos também desmentem essa crítica.

Felizmente, eu já pertenci a um órgão Castrense (SINFO/SINSE), tenho formações militares que me fazem perceber isso com alguma naturalidade e, por conseguinte, senti-me na obrigação de discordar do Queiroz, neste aspecto.

Concordo com ele, entretanto, na crítica à Comunicação Social. Aliás, quem me lê sabe que já elaborei mil textos sobre a fraca comunicação institucional do Executivo/MPLA desde que João Lourenço se encontra à frente do país.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *