EMPRESÁRIO ÓSCAR TITO CARDOSO FERNANDES ACUSADO DE SUBORNO E INTIMIDAÇÃO AO JORNAL

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O empresário Óscar Tito Cardoso Fernandes, um dos nomes mais influentes da construção civil em Angola, está a ser acusado de tentativa de suborno e intimidação contra o jornal Imparcial Press. A direcção da publicação revelou que Tito, através de um intermediário, ofereceu um suborno de mil dólares para retirar do ar uma reportagem que o descrevia como “o barão da construção civil”.

A proposta, feita por um representante que uso um número de telefone registado no Paquistão, foi “prontamente recusada” segundo a direcção do jornal, liderada por Luis Moniz. Na ocasião, o Imparcial Press aconselhou o empresário a exercer o seu direito de resposta, “apesar de o prazo legal para tal já ter expirado há sete meses'”.

Ameaças por e-mail e preparação para a justiça

Não satisfeito comparecia, Óscar Tito voltou a insistir. Na passada quarta-feira, 1 de Outubro, enviou novos e-mails a redacção com ameaças, exigindo a remoção do artigo.

Face à escalada das intimidações, a direcção do jornal declarou-se preparada para enfrentar o empresário em tribunal. “Avaliamos a abertura de um processo-Crime contra Óscar Tito Cardoso Fernandes por assédio moral e tentativa de corrupção”, afirmou a direcção.

A reportagem que motivou a retaliação

O Artigo que desencadeou a retaliação do empresário, intitulado “Oscar Tito Cardoso Fernandes: o barão da construção civil em Angola”, traça a sua ascensão no sector. A reportagem destaca que a sua empresa, a Engevia, foi beneficiária de contratos milionários do Estado para a reabilitação de estradas no Uíge e no Bié, obras avaliadas em mais de 20,8 mil milhões de kwanzas.

O texto também detalha as ligações políticas de Tito, nomeadamente com Edeltrudes Costa, ministro de Estado e director do Gabinete do Presidente João Lourenço, e com o ex-director do INEA, Joaquim Sebastião.

“Intocável” e com “manto de protecção

Apesar de denúncias públicas e investigações jornalísticas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspecção-Geral da Administração do Estado (IGAE) nunca confirmaram a abertura de processos contra o empresário. Várias fontes ouvidas pelo jornal descrevem Oscar Tito como “intocável gozando de um “manto de protecção política”.

No final do comunicado, o Imparcial press reafirmou seu “compromisso com a liberdade de imprensa e a independência editorial”, sublinhando que não cederá a pressões externas nem a tentativas de censura”.

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