CORRUPÇÃO, PODER E CONEXÕES POLÍTICAS: O LADO OCULTO DO GRUPO BOA VIDA

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O Grupo Boa Vida, um dos maiores conglomerados imobiliários de Angola, enfrenta sérias acusações de corrupção, ligações obscuras ao poder político e más condições de trabalho. Esta matéria explora os detalhes por trás dessas alegações, que colocam em xeque a reputação de uma das principais empresas do sector imobiliário no país.

O Grupo Boa Vida, liderado por Tomasz Dowbor, é amplamente conhecido em Angola pelo seu portfólio de grandes projectos imobiliários, incluindo a emblemática Urbanização Boa Vida. No entanto, por trás dos luxuosos condomínios e dos investimentos vultuosos, a empresa enfrenta acusações graves que vão desde corrupção e nepotismo até ao desrespeito aos direitos laborais.

Vários relatos sugerem que o Grupo Boa Vida tem ligações estreitas com figuras influentes no cenário político angolano, o que levanta suspeitas de que a sua ascensão meteórica pode não ser apenas fruto de estratégia empresarial, mas também de favorecimentos políticos e protecção. Investigações, debates e dados colhidos por esta redação abordaram a impunidade e o nepotismo, apontando que o Grupo Boa Vida está entre as empresas que podem ter-se beneficiado de tais práticas para assegurar contratos governamentais e expandir os seus negócios.

Segundo fontes consultadas pela PONTUAL, num debate aceso na Assembleia Nacional, os deputados, até mesmo do MPLA, alertaram sobre as surpresas na luta contra a corrupção, indicando que o envolvimento de empresas com fortes ligações políticas, como o Grupo Boa Vida, poderia vir à tona em futuras investigações.

Condições de Trabalho Desumanas

Além das questões políticas, o Grupo Boa Vida, que controla aproximadamente 6 mil funcionários no ramo da construção civil, é considerado uma máquina de exploração dos trabalhadores, com salários magros e sem condições adequadas. De igual modo, também tem sido criticado pelo tratamento dispensado aos seus trabalhadores. Embora a empresa afirme investir em programas de capacitação, como o Programa Talentos Angola, relatos de trabalhadores descrevem um ambiente laboral marcado por baixos salários, falta de benefícios adequados e pressões constantes.

Histórico de Acusações

As denúncias recentes sobre os desmedidos abusos de poder por parte do patrono do Grupo Boa Vida fazem jus ao seu tipo de comportamento camuflado nas vestes de empresário e alguém fortemente protegido pelo sistema.

Em dezembro de 2021, Tomasz Dowbor foi detido pela Polícia Nacional por abuso de poder e agressão contra uma cidadã residente na Urbanização Boa Vida. Ele teria usado forças de segurança privada para retirar à força uma cidadã do condomínio e retirou a sua cliente dos seus aposentos quando a mesma estava despida.

Desrespeito a Ordens Judiciais

Dowbor foi acusado de desrespeitar ordens judiciais, no mesmo ano, por causar problemas para uma cliente com quem tinha um contrato de venda de uma residência. Dowbor foi acusado de agredir fisicamente um cliente e de desacato à autoridade ao tentar expulsar o cliente da sua residência sem uma ordem judicial.

O PCA do Grupo Boa Vida foi absolvido da acusação de desacato à autoridade. O caso foi remetido ao Ministério Público, que o enviou para o tribunal e, em julgamento sumário, absolveu Tomasz Dowbor. Depois da leitura da sentença, o empresário saiu em liberdade.

Quem é o ‘Poderoso’ Tomasz Dowbor?

Nascido em 1974, em Varsóvia, Tomasz Dowbor é um empresário polaco-angolano. Foi eleito em 2019, 1.º Secretário do Comité de Ação do MPLA, na Urbanização Boa Vida, onde construiu um CAP para o partido.

Como é notável, pesam sobre ele várias acusações que morrem na primeira esquina da justiça angolana, tornando-o superpoderoso.

Foi acusado pela ex-mulher de agressão.

Para além dos desacatos, foi acusado também de ter mandado atropelar a 2.ª comandante do Kilamba Kiaxi. O cidadão que adquiriu a nacionalidade angolana havia sido detido pelos agentes da ordem, sendo o mesmo presente ao Ministério Público, que em menos de 24 horas colocou o militante do MPLA em liberdade.

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