POR ORDEM DE JLO: MAIS DE DUAS MIL FAMÍLIAS PODEM FICAR AO RELENTO NO MUNICÍPIO DE ICOLO E BENGO

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Cerca de mil residências poderão ser demolidas e mais de duas mil famílias nos bairros Matabulero, Terra nova e Jambondo, no Distrito Urbano da Bela vista, no Km 44, município de lcolo e Bengo poderão ficar sem tecto, depois da conclusão dos projectos de produção e abastecimento de Quilonga Grande e Bita.

PORTAL O LADRÃO

Na última semana, o Presidente da República, João Lourenço, efectuou uma visita para constatar o andamento das obras do gigantesco investimento em construção no município do lcolo e Bengo que poderá beneficiar 10 milhões de habitantes da cidade de Luanda, onde, no desfecho, realçou as possíveis demolições que ali serão efectuadas.

A nossa fonte, deslocou-se até aos referidos bairros, onde ouviu o clamor da população maioritariamente camponesa que diz viver na zona há mais de cinco décadas.

O ancião José Maria Mulato, de 65 anos de idade, e morador no bairro Matabulero há 20 anos, diz que o bairro existe há mais de 50 anos pelo que se mostra descontente com a decisão da sua evacuação. Ele desconfia que, além do projecto em si, há interesses particulares em jogo.

“Os nossos bairros distam a 8 km da estrada principai de Catete e como se não bastasse, estamos muito longe da cerca aeroportuária, pelo que não entendemos a razão da perseguição”, questionou.

Luzia Joaquim Manuel, de 51 anos de idade, moradora do bairro Terra nova, explica que a proposta da demolição remonta o ano de 2022″, mas não se efectivou porque os populares recorreram aos tribunais.

“O governo como se acha dono da terra, nós não recusamos abandonar a zona, com a condição de, primeiro, sermos realojados”, referiu, sublinhando que sempre que o Presidente da Republica se desloca ao lcolo e Bengo, ordena demolições, fazendo referência ao caso dos antigos moradores da Zona do 38 cujas casas foram demolidas aquando da visita de constatação das obras do novo aeroporto, há dois anos, e depois postos a viver ao relento em péssimas condições na zona do actualmente denominado “Ucrânia” em função do sofrimento por que passam os seus moradores.

Não queremos passar pela mesma situação em que os nossos irmãos são submetidos, pelo que se não houver condições para nós, que nos deixem nos nossos bairros”, apelaram.

Importa referir que, no bairro Matabulero, há uma escola com 12 salas de aulas edificada em 2021 e totalmente apetrechada, que não funciona, deixando muitas crianças fora do sistema de ensino e aprendizagem, devido as propostas das demolições que podem ser efectivas a qualquer momento.

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