GOVERNADOR DO NAMIBE EM CHOQUE COM PCA DO CAMINHOS-DE-FERRO DE MOÇÂMEDES

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O governador do Namibe, Archer Mangueira, e o presidente do Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes, António Coelho Fernandes da Cruz, estão envolvidos numa disputa sobre o fornecimento de um serviço de transporte ferroviário que este útlimo considera não ser viável do ponto de vista económico.

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Archer Mangueira diz ter ficado irritado porque as medidas devem ser tomadas em consideração não só aspetos económicos da companhia, mas também o impacto positivo na vida das pessoas e na economia da província desse serviço

Tudo começou com o memorando do Governo do Namibe apresentado muito recentemente ao Presidente João Lourenço na sua mais recente visita ao Namibe, sobre a necessidade do comboio do CFM passar a efectuar a linha urbana da cidade capital do Namibe ao Saco, a preço acessível para facilitar a vida das pessoas de baixa renda.

“Reclamamos a necessidade da circulação do comboio urbano no município de Moçâmedes, principalmente ligação do troço da estação de Moçâmedes ao Saco-mar e a necessidade da regularização da transportação de passageiros entre Moçâmedes e Bibala”, dissde o governador.

Mas o PCA dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes discorda e diz tratar-se desperdício para o setor dos CFM.

“Foi solicitado um comboio que seria de Moçâmedes, na estação do Saco-Mar, mas o volume de tráfego que existe para fazer esse pequeno corredor, não justifica termos aqui um comboio”, defendeu o gestor, para quem “não podemos fazer esse serviço aqui porque não tem população suficiente para tal”.

Em resposta, Archer Mangueira disse que o CMF não pode funcionar no Namibe como uma ilha.

“Os Caminhos-de-Ferro não podem funcionar aqui no Namibe, nem em província nenhuma como uma ilha, tem que ser parte”, afirmou o govermnador para quem “os Caminhos-de-Ferro faze os seus estudos e os seus planos, e depois dita, não pode ser desse jeito”.

“O PCA não pode chegar e dizer que o projeto não é viável sem apresentar a política comercial nem ouvir os cidadãos” acrescentou o governador afirmando ainda que ”precisamos saber porque motivo um comboio num dado traçado é menos ou mais viável que um autocarro”.

Archer Mangueira reforçou dizendo que o CFM é do Namibe e deve estar ao serviço do povo, como um projeto integrado.

“O PCA tem que ouvir o povo do Namibe porque o CFM faz parte do Namibe”, advogou Archer Mangueira qume disse estar a responder “porque António Coelho da Cruz provocou-me”.

O governador disse que isto não é uma situação única do Namibe.

“Pelo que ouvi dos meus colegas, governadores do Cuando Cubango, Huíla, parece que é um pouco assim na região, o que não pode ser, as empresas não podem funcionar como ilhas, os seus projectos têm que estar integrados, senão, para que serviriam?”, interrogou-se.

“O Governo tem uma visão de desenvolvimento da província, e se as visões sectoriais não se encaixarem, não estaremos a produzir país nem a fazer acontecer, o PCA tem que se fazer mais presente, apresentar o seu projecto a sociedade namibense, e ouvi-los”, advogou Mangueira que sublinhou que não quis intervir nesses termos, mas o PCA provocou-me, precisamos falar mais entre nós e copiar um pouco o que o PCA do porto do Namibe faz, copiar o que é bom não é mal”, concluiu. VOA

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