EX-GOVERNADOR DA LUNDA SUL TERÁ ORDENADO SAQUE SEM ASSINATURA OBRIGATÓRIA

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Um documento em posse do tribunal exibido, ontem, ao arguido Ernesto Kiteculo e a um declarante mostra que o antigo governador da Lunda-Sul teria autorizado, sozinho, uma ordem de saque sem a assinatura obrigatória de um de seus colaboradores.

PORTAL O LADRÃO

A ordem de saque, cuja quantia e destino não foram revelados em tribunal, deveria ser assina- da por pelo menos duas pessoas, sendo o governador e mais alguém por si indicado, como é exigido pelo Ministério das Finanças (MINFIN). Confrontado com o documento, Ernesto Kiteculo não questionou a autenticidade do documento, mas referiu tratar-se de uma cópia com a sua única assinatura cuja aprovação, na banca, não deveria ser permitida.

Questionado por que razão teria efectuado tal ordem saque — já que, por regra, deveria ser assina- da, também, ou pelo director do Gabinete de Estudos, Planeamen to e Estatística (GEPE), ou pelo vice-governador, ou secretário-geral do GPLS —, respondeu que desconhece a mesma operação. O juiz da causa, Daniel Modesto Geraldes, insistiu questionando se tal operação poderia ser nos moldes em que foi operado, e Kiteculo respondeu negativamente.

De seguida, o ex-governador aventou a possibilidade de ter havido um acto de má-fé dos seus colaboradores. Consta ainda da acusação que Ernesto Kiteculo teria engajado o GPLS a um empréstimo bancário a favor da empresa CHIMAK Limita- da, da qual o GPLS havia adquirido quatro viaturas.

A referida empresa (CHIMAK Limitada), cujo objecto social é a comercialização de viaturas, teria ainda sido contratada, sem concurso público prévio, para prestar serviços de estancagem de resinas em alguns municípios da província da Lunda-Sul.

A esse respeito, o declarante Chilau Matias Kassahico, sócio-gerente da referida empresa afirmou que todas as transferências de que a sua empresa beneficiou do GPLS foram para liquidar a dívida com as quatro viaturas que havia cedido a crédito ao GPLS. À CHIMAK Limitada o GPLS recebeu duas viaturas de marca Toyota Prado, no valor de 35 milhões de kwanzas cada, e duas viaturas Toyota Land Cruiser, avalia- das em 55 milhões de kwanzas cada — num valor global de 180 milhões Kz.

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