VICE-PRESIDENTE LUÍSA DAMIÃO REALÇA VALOR HISTÓRICO DO 8 DE NOVEMBRO
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, reafirmou, quinta-feira, em Luanda, que o 8 de Novembro é uma data carregada de um valor histórico e simbólico que reforça a unidade e coesão em torno do país e de uma só causa.
PORTAL O LADRÃO
A dirigente partidária falava no acto de comemoração da data da chegada da primeira delegação oficial do MPLA a Luanda, ocorrida a 8 de Novembro de 1974.
Luísa Damião realçou que, volvidos 49 anos, a data é celebrada com júbilo e sentido de reflexão e introspecção, tendo assinalado “o grato privilégio e a honra” de se ter, ainda, “entre nós”, alguns membros que foram integrantes daquela “delegação de patriotas”.
A vice-presidente do MPLA destacou que a referida data tem um significado indescritível e demonstra a coragem e bravura patriótica dos heróis.
Para Luísa Damião, esta é uma soberana ocasião para revisitar a história, mantendo-se firmes e resilientes a lutar e a carregar o facho na “certeza de com a força do passado e do presente continuar a construir um futuro melhor”.
Frisou, igualmente, que, entre os nacionalistas que integraram a patriótica delegação destacam-se Lúcio Lara, que no dia 8 de Novembro de 1974 aterrou de forma triunfal no então Aeroporto “Craveiro Lopes”, actual 4 de Fevereiro, à frente da comitiva.
Segundo Luísa Damião, nesta delegação faziam parte alguns militantes que integram, ainda hoje, o Conselho de Honra do MPLA.
“São homens e mulheres cuja bravura e contributo para a construção da Nação continuarão marcados, de forma indelével, na memória colectiva do nosso povo e preencherão para sempre o imaginário simbólico das futuras gerações”, apontou a vice-presidente do MPLA, para reforçar que celebrar condignamente esta importante data histórica implica reconhecer os diferentes momentos do percurso e os seus protagonistas.
Luísa Damião afirmou que “este estratégico acontecimento permitiu às autoridades do Estado colonial português, após longos anos de guerrilha, reconhecer o MPLA como organização política oficial”.
Por sua vez, a secretária do Bureau Político do Comité Central do MPLA para a Política de Quadros, Ângela Bragança, aproveitou o momento para passar o testemunho na primeira pessoa, recordando que o período vivido não foi fácil, o que a levou a engajar-se nas tarefas do partido, em prol da defesa do país.
Ângela Bragança relatou momentos importantes vividos na sede da organização, na Vila Alice, apontando dificuldades de logística com que o movimento se debatia na altura.
A dirigente sublinhou que o 8 de Novembro de 1974 representa uma vitória da luta desenvolvida pelo MPLA contra o colonialismo português, “uma luta vitoriosa sob a liderança esclarecida e determinada do Presidente Agostinho Neto, que nos conduziu à Independência”.
Um dos integrantes da primeira delegação do MPLA a chegar a Luanda é o general na reforma Mbeto Traça. O nacionalista recordou a falta de recursos que se fazia sentir na altura, sendo que grande parte da ajuda, principalmente de armamento, era fornecida pela então União Soviética.
O nacionalista Amadeu Amorim, outro dos integrantes da delegação do MPLA, contou que naquele período estava encarregado de passar a mensagem à população de que nem tudo estava perdido.
“Fui eu quem levou a política para junto do povo e dizer-lhe que nem tudo estava perdido e que era preciso lutar. Tudo isso foi feito pelo MPLA, com a criação e distribuição de panfletos”, recordou.