JOÃO LOURENÇO (JÁ) DESISTIU DO TERCEIRO MANDATO?
Na campanha para as eleições do ano passado, o Presidente João Lourenço disse que 10 anos não eram tempo suficiente para realizar os desígnios a que se propôs quando aceitou a indicação para concorrer ao mais elevado cargo público do país.
PORTAL O LADRÃO
Com a alegação de que a pandemia da Covid-19 teria “roubado” a João Lourenço 2 preciosos anos em que realizaria toda a sorte de “milagres”, uma barulhenta turba de apoiantes pôs-se à “estrada” para apoiar uma alteração constitucional que acomode um terceiro mandato presidencial.
Contudo, a perda da maioria qualificada na Assembleia Nacional retirou ao MPLA qualquer veleidade de fazer uma alteração constitucional com aquele fito.
Mas, mesmo desencorajado pela nova configuração parlamentar, o Presidente João Lourenço teima no tabu. Não diz clara e insofismavelmente se pleiteará ou não um terceiro mandato.
Na entrevista a Marc Perelman, do Canal France24, em Maio passado, João Lourenço voltou a esconder as cartas. “No caso concreto de Angola, eu penso que é cedo para se falar no assunto. Acabamos de sair das eleições agora. As próximas serão em 2027. A minha resposta está dada, se calhar podemos falar disso mais lá para 2027”, tergiversou à pergunta sobre se concorreria a um terceiro mandato.
Com os seus 124 deputados, aos quais se juntariam certamente os dois do Partido Humanista Angolano, o MPLA não consegue fazer qualquer alteração constitucional sem o apoio da UNITA.
E a UNITA já reiterou que jamais aceitará uma emenda constitucional que permita ao actual Presidente da República disputar um terceiro mandato.
Provavelmente provocada pela irredutibilidade da UNITA, pelo desgaste de imagem, pelo surto de golpes de Estado em muitos casos motivados pelo apego ao poder ou pela conjugação de todos esses factores, a semana passada alguém que é suposto espreitar, se tanto, o corredor frequentado pelo Presidente da República, abriu um pouco o véu, revelando que o Presidente João Lourenço provavelmente não tentará um terceiro mandato.
O empregado que confunde países como Finlândia, Suíça, Portugal e outros com a sua aldeola natal, a partir da qual seria possível a deportação, para as cadeias do SIC, hoje por hoje transformado em polícia política, de todos os cidadãos angolanos que ousam criticar o que é criticável, referiu-se, num extenso texto que circula por aí, ao Presidente da República como alguém que foi “eleito e que cumpre o segundo e último mandato há menos de um ano”.
Acabou-se o mistério ou o empregado trouxe à praça pública um segredo que pode ter ouvido mal, porque “apanhado” a partir de um corredor?
Os próximos dias dirão se o empregado será cobrado pela inconfidência…
É que ao Presidente da República não é suposto ter agradado o facto de um empregado quebrar um tabu que vem alimentando cuidadosamente.
Correio Angolense.