“O ESTADO TEM QUE TER CAPACIDADE DE GARANTIR QUE NENHUMA CRIANÇA ESTEJA FORA DO SISTEMA DE ENSINO” AFIRMA CHIVUKUVUKU
O líder do projecto político Abel Chivukuvuku defendeu ser necessário que se garanta uma educação universal com um sistema de ensino primário único, onde todas as crianças tenham aulas no mesmo período, com o acesso ao pequeno almoço, lanche, almoço e incluindo actividades extra-curriculares.
O posicionamento foi expresso na sexta-feira, 28, durante o encontro promovido pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) na Casa da Juventude, no município de Viana, em Luanda, denominado “reencontro com a história”.
Segundo o político e deputado à Assembleia Nacional, o factor por si defendido pode influenciar na diminuição da desnutrição porque, na sua visão, muitas crianças vão à escola com fome e acabam por adormecer durante as aulas, o que para ele “diminui o rendimento escolar – elemento preciso para garantir a educação universal”.
“Devíamos evoluir para um sistema de ensino primário de ciclo único onde todas as crianças tenham aulas no mesmo período das 8h00 às 17h00, com um período de matabicho depois aulas, metade faz extracurriculares e outras curriculares, às 10h00, todas as crianças param para um lanche, 12h00 almoço incluindo actividades extracurriculares e curriculares de acordo as classes”, explicou em detalhes o político.
Abel Chivukuvuku entende que o Estado tem que ter a capacidade de garantir que nenhuma criança esteja fora do sistema de ensino, “isto é educação para todas as crianças”. Disse ainda ser fundamental que se revolucione o ensino de base por ser a “chave” para a qualidade do ensino no país.
“Não se faz de um dia para outro, mas a questão do Estado tem de ser uma programação de que no prazo de cinco anos nenhuma criança esteja fora do sistema de ensino”, realçou.
Defendeu também uma acção “coerciva” aos pais e encarregados de educação, que se recusam a enviar as crianças às aulas. “Os pais que não enviarem os filhos à escola devem ir presos, pois toda criança deve ter acesso à escola”, acrescentando que “se a base não estiver bem para frente não o será”.
Durante a interacção com os estudantes e académicos, no “reencontro com a história” – projecto do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) liderado por Francisco Teixeira, o aspirante a Presidente da República assinalou por outro lado que, para o ensino médio, “é necessário que se faça a distinção para um país em via de reconstrução”.
Para Abel Epalanga Chivukuvuku “é preciso avançar e dar prioridades às áreas técnico-científicas, temos um país onde as pessoas têm medo da matemática, da biológica, química e áreas científicas, só querem geografia como se não conhecêssemos os rios e as províncias”.
Concluiu que “há que reorientar dando prioridades sem desprezo as áreas técnico-científicas sem desprezo as ciências humanas, tanto nesse nível como no nível superior e encontrarmos uma fórmula de reestruturação do sistema”, disse para quem as pessoas enquanto estão nas universidades estejam já a serem recrutadas pelas empresas.