MAS QUE MUANDA DE VICENTE

Vicente Muanda, embaixador de Angola (des)acreditado na República do Congo, é uma “mala sem alça” para a diplomacia angolana. O Estado angolano tem de tomar medidas para lhe colocar uma alça. Sem ela, não tem serventia. Mas tem um destino: Lixo!
O presumido diplomata em Brazzaville tem vocação para inaugurar sedes partidárias. Diplomacia de Comité de Especialidade. Confundir diplomacia com militância político-partidária resulta num cocktail-molotov explosivo para o Estado democrático de direito. Um perigo. O País precisa de saber com a maior urgência se Vicente Muanda é embaixador do partido no poder ou do Estado angolano.
No dia 9 de Novembro, em Brazzaville, Vicente Muanda apareceu no bairro Makelekele para inaugurar a sede da JMPLA. Fez o quê? Inaugurou a casa da juventude do partido no poder. Um gesto que se espera de um militante, não de um diplomata. De um proxeneta político, não de um representante do Estado.
Foi uma assanhadice proactiva. Ética e politicamente imprópria.
Pouco diplomática. E potencialmente comprometedora. Uma vergonha para a política externa do Estado angolano. Vicente Muanda talvez não saiba, mas devia saber: A Convenção de Viena proíbe diplomatas de participarem em actos partidários.
Vicente Muanda quis marcar pontos, dar nas vistas e aparecer. Dar um xeque-mate ao seu superior hierárquico, Téte António. Mas saiu-lhe o tiro pela culatra. Muanda confunde diplomacia com bajulação. E protocolo com propaganda. Se ninguém o travar, um dia ainda troca a bandeira da República pela do partido. E hasteia-a na embaixada como se nada fosse. Esse tempo já passou.
O País completou ontem meio século de existência. O tempo em que Angola falava a uma só voz política já lá vai. Hoje, actos desses são inaceitáveis. Reprováveis. Indefensáveis. O embaixador de Angola (des) acreditado no Congo não defende o Estado.
Defende o partido. Confunde o brasão da República com a sigla do MPLA.
Vicente Muanda é versátil, admito. Serve para cerimónias. Bajulações e selfies protocolares. Serve para tudo. Menos para diplomacia.
Caso para dizer: Mas que Muanda de Vicente!
