FUNCIONÁRIOS DA AGT NO ZANGO 2 ACUSADOS DE PERSEGUIR EMPRESÁRIOS QUE SE RECUSAM A ENTRAR NO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

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Empresários de origem eritreia e libanesa aparecem entre os principais visados e também entre os que mais sofrem com as práticas denunciadas.

PORTAL O LADRÃO

De acordo com a fonte deste portal, alguns funcionários da Administração Geral Tributária (AGT), localizada no Zango 2, em Luanda, são acusados de perseguir e intimidar empresários locais que se recusam a “dançar a música da corrupção”. As denúncias apontam para um suposto grupo liderado por um funcionário identificado apenas como Jaime, que, segundo fontes empresariais, teria criado um sistema de favorecimentos e retaliações dentro da instituição.

 Empresários de origem eritreia e libanesa aparecem entre os principais visados e também entre os que mais sofrem com as práticas denunciadas. De acordo com relatos recolhidos por este jornal, aqueles que se recusam a participar de esquemas de suborno ou a oferecer benefícios pessoais a determinados fiscais enfrentam fiscalizações repetidas, multas arbitrárias e atrasos propositais na tramitação de processos.

“Quando você não aceita pagar, inventam irregularidades ou desaparecem com documentos. É um ciclo de pressão constante”, contou um empresário, sob anonimato, temendo represálias.

Fontes internas da AGT afirmam que a prática é conhecida, mas raramente denunciada formalmente, por medo de represálias ou descrença nas vias de investigação. “Há uma rede bem organizada. Quem tenta agir corretamente acaba isolado”, revelou um funcionário que também pediu para não ser identificado.

A equipa de reportagem tentou contactar a direção Central da AGT para obter esclarecimentos sobre as alegações, mas até ao momento da publicação não houve resposta oficial.

Especialistas em transparência e boa governação lembram que casos desse tipo não são novos e refletem a fragilidade dos mecanismos de controlo interno nas instituições públicas. Segundo o jurista e analista anticorrupção António Cambamba, “a ausência de responsabilização cria um terreno fértil para pequenos grupos capturarem serviços públicos em benefício próprio”.

Enquanto isso, os empresários afetados dizem que continuarão a trabalhar “dentro da lei”, mas exigem proteção e investigação independente sobre o caso. “Não queremos guerra com o Estado, queremos apenas justiça”, afirmou um dos denunciantes. APOSTOLADO,

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