JOGADOS A SUA SORTE: JOVENS DEIXAM ESCOLAS E EMPREGOS DE MISERIA PARA SE DEDICAREM À EXPLORAÇÃO DE OURO NO UIGE

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O Centenas de Jovens deixaram as suas familias, escola e empregos em Luanda e Uige para se dedicarem a exploração de Ouro, nas matas dos municipios do Songo, Bembe, Ambuila e Negage. Ministro do Interior, Manuel Homem, alertou, aquando da sua visita ao município do Songo, província do Uíge, que esta prática constitui uma violação das normas ambientais e causa prejuízos à economia nacional.

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A luta pela sobrevivência leva para aumento de abandono de salas de aulas, e dos postos de trabalhos cujo a remuneração não condigna,  a que muitos jovens estão sujeitos.

Na província do Uige, nos chega relatos de exploração de Ouro, desde finais de Outubro de 2024, onde centenas de jovens tentam a todo custo para obter o dinheiro fácil, sacrificando suas vidas com escavações de buracos de 2 a 4 metros, e da perseguição policial.

UNITA, por exemplo, diz estar “preocupada com a fome e a queda da produção agrícola”, porque Milhares de jovens deixam campos agrícolas para se dedicarem à exploração de ouro.

O principal partido da oposição avisa que a exploração ilegal deste minério avança sobre florestas, causando o desmatamento e a degradação de eco-sistemas, especialmente nos municípios do Sango, Bembe, Ambuila e Negage.

“A situação de abandono de campos agrícolas para a busca de ouro está a ocorrer nos municípios do Songo, Bembe, Ambuila e Negage. Essa actividade está a ser impulsionada pela esperança de lucro rápido, o que está a prejudicar a agricultura local”, disse ao Novo Jornal o secretário da UNITA na província do Uige, Félix Simão Lucas.

“Informações que nos chegam diariamente dão conta de que as aldeias estão vazias, os jovens já não querem produzir, porque o ouro rende mais”, acrescentou.

Para o responsável máximo do “Galo Negro” na província do Uige, as condições económicas desfavoráveis e a falta de oportunidades na agricultura estão a “empurrar” pessoas para a exploração de ouro como forma de subsistência.

“O abandono dos campos agrícolas pode levar a uma queda na produção de alimentos, afectando a segurança alimentar da região”, acrescentou, frisando que, com a existência do ouro na província, o Governo local tem de criar empresas para explorar este mineral de forma legal.

“O Governo também tem de criar mecanismos de compra de ouro directamente de áreas de garimpo, o que pode melhorar a fiscalização e a regularização da actividade”, acrescentou Félix Lucas, que diz ter informações de alguns altos responsáveis governamentais envolvidos nesta actividade.

De acordo com o secretário provincial da UNITA, a exploração desse mineral na província envolve uma forte presença de garimpeiros, incluindo muitos estrangeiros, que exploram ouro ilegalmente.

O dirigente da UNITA quer ver “urgentemente” acções dos órgãos de defesa e segurança para combater a exploração ilegal de ouro no Uíge.

Recentemente, o ministro do Interior, Manuel Homem, alertou, aquando da sua visita ao município do Songo, província do Uíge, que esta prática constitui uma violação das normas ambientais e causa prejuízos à economia nacional.

Na ocasião, Manuel Homem sugeriu o reforço das medidas para que as forças da ordem e segurança pública actuem, especialmente em áreas afectadas pela exploração ilegal de ouro.

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