SAMAKUVA APONTA CAMINHOS QUE GOVERNO DEVE SEGUIR PARA GARANTIR PROSPERIDADE ECONÓMICA DE ANGOLA

O ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, apontou, na quarta-feira, 27, o diálogo, mudanças culturais, despartidarização das mentes e do Estado e a centralização do cidadão comum nas políticas económicas do executivo como caminhos que o governo deve levar em conta para tornar Angola próspera economicamente.
As declarações foram feitas no Angola Economic Forum, durante o painel que tratou de abordar o tema: “Economia Angolana na Visão dos Nacionalistas. Um Olhar sobre o Passado, o Presente e o Futuro.
Samakuva referiu que, 50 anos depois da descolonização portuguesa, “não conseguimos ainda diversificar a economia”. Ressaltando que, a corrupção, a má gestão dos fundos públicos, a ausência de políticas eficazes para o desenvolvimento do capital humano e a centralização do poder económico criaram um ambiente onde as promessas da independência tardam a materializar-se para a maioria dos angolanos.
Por isso, como desafios para um futuro próspero, entende que o país precisa investir fortemente, em primeiro lugar, no diálogo. Porque um diálogo estruturado, objectivo, profundo e maduro, de patriotas construtores do futuro vai permitir que os governantes identifiquem alternativas viáveis para o renascimento económico do País.
𝗘𝗺 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗼 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿, para ele, devem haver mudanças culturais e estruturais profundas, que sejam capazes de desconstruir nos próximos anos de governação, os pilares da estrutura da economia política actual, alicerçada na cultura das desigualdades.
𝗘𝗺 𝘁𝗲𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿, o político adverte que se precisa despartidarizar as mentes, a sociedade e o Estado. “Aliás, precisamos de compreender, todos, que o nosso partido principal e comum é Angola. A despartidarização do Estado conduzirá certamente o país à alteração da estrutura da sua economia política, premissa fundamental para se resgatar a cidadania e construir um país novo, com instituições fortes e plurais”, disse.
𝗘 e𝗺 𝗾𝘂𝗮𝗿𝘁𝗼 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿, diz que é imperativo colocar as necessidades fundamentais do cidadão comum no centro das prioridades das políticas económicas.
“Toda e qualquer planificação económica deve ter como objectivo central o homem simples, o indivíduo que é o cidadão comum. A economia faz-se para o homem e com o homem. Ele é o gerador e o destinatário da riqueza e, por isso, deve ser o objecto principal, o ponto de partida e de chegada de qualquer planificação económica. Ele não deve ser visto apenas como empregado, servidor do empregador ou de quem detém a riqueza”, sublinhou.
Isaías Samakuva afirmou estar convencido de que estas medidas vão contribuir para o reordenamento do território e a consequente redução das assimetrias regionais.
