REFINARIA DE CABINDA: GEMCORP ATRASA NA ENTREGA DA OBRA, PRESIDENTE ANUNCIA INAUGURAÇÃO EM SETEMBRO

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O Presidente angolano anunciou no sábado (9), na província de Benguela, a inauguração, em setembro, da refinaria de Cabinda, e a retoma “depois de muitos anos paralisado” do projeto de construção da refinaria do Lobito. A primeira fase estava prevista para sua entrada em funcionamento em Março de 2024, GEMCORP em silencio.

A Refinária de Cabinda, construida pela Gemcorp, Omatapalo e a brasileira Odebrecth, estava prevista para iniciar suas operações em abril de 2025, com uma capacidade de produção de 60.000 barris por dia. com uma conclusão da primeira fase do projeto  programada para o segundo trimestre de 2024, o empreiteiro da obra terá falhado, apesar do financiamento garantido.

Depois de ter sido adiado o arranque previsto para 2022, O CEO da Gemcorp Holdings Limited (GHL), Atanas Bostandjiev, tera tido o financiamento completo em luanda para a conclusão da primeira fase até 2024, o que não chegou de acontecer.

A Gemcorp anunciou no ano passado, num comunicado conjunto com a Africa Finance Corporation (AFC) e o African Export-Import Bank (Afreximbank), consultado pelo Repórter Angola, ter concluído o pacote financeiro para a construção da primeira fase da refinaria de Cabinda, orçada em 473 milhões de dólares.

O montante, de acordo com a maior accionista do projecto, é financiado em 138 milhões de dólares com recursos já disponibilizados pelos sócios e em 335 milhões de dólares no formato de project financing, emprestados por um sindicato bancário liderado pela AFC, Afreximbank e um conjunto de instituições financeiras internacionais e locais, entre eles o Banco de Fomento Angola (BFA). Entretanto, Bostandjiev escusou-se em revelar com quanto é que cada instituição parte do sindicato bancário contribuirá, “por se tratar de uma informação, a partida, confidencial a que todos os envolvidos estão sujeitos a conservar”.

Segundo o CEO da Gemcorp, serão produzidos e entregues ao mercado angolano gasóleo, Nafta, HFO – Heavy Fuel Oil, e jet fuel. “Com a primeira fase do projecto a refinaria de Cabinda vai processar 30.000 barris de petróleo bruto por dia, passando a atender 10% das necessidades dos derivados de petróleo refinado do mercado angolano, quota que passará para 20% depois de terminada a segunda fase, em que, além do gasóleo, Nafta, HFO e do jet fuel, serão também produzidos a gasolina e o LPG – Liquefied Petroleum Gas”, precisou.

Entretanto, O Presidente João Lourenço, que discursava na abertura da 5.ª edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola,  em Benguela, disse que a Refinaria de Cabinda podera ser inaugurada em Setembro deste ano, estas duas infraestruturas deverão tirar Angola da dependência da importação de refinados do petróleo, com destaque para o gasóleo e a gasolina.

Segundo João Lourenço, a refinaria de Cabinda é uma importante infraestrutura para o desenvolvimento daquela província produtora de petróleo e do país em geral.

A refinaria de Cabinda, cujas obras tiveram início em 2017, teria a capacidade inicial de refinação de 30 mil barris de petróleo por dia.

Angola gastou 582 milhões de euros com a importação de combustíveis, no primeiro trimestre de 2025, tendo importado 73%, menos do que no último trimestre de 2024, segundo dados oficiais.

Na sua intervenção, o Presidente da República de Angola augurou que cada município seja um espaço territorial onde se deverá encontrar a solução de alguns dos problemas que mais afetam os angolanos, “como a oferta em habitação, emprego e maior diversificação da produção de bens e de serviços, sobretudo de bens alimentares da cesta básica”.

“Que seja uma amostra da nossa vontade, da nossa esperança e da nossa certeza de que Angola vai vencer”, disse João Lourenço.

O chefe de Estado angolano destacou que no primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4%, com uma contribuição “assinalável do segmento da produção alimentar”, tendo o país produzido cerca de nove milhões de toneladas de alimentos nesse período, sublinhando que “este esforço deve ser feito em todos os setores da economia, sem exceção”.

De acordo com João Lourenço, a força de trabalho angolana deve ser mais produtiva, trabalhar mais, gerar mais e melhores resultados, superar as barreiras ao investimento privado, continuar a desburocratizar a atividade administrativa, desconcentrar mais tarefas para os órgãos da administração local do Estado e muni-los de mais recursos humanos e financeiros.

Para João Lourenço, hoje a aposta no conhecimento, agricultura e na indústria “são o caminho certo para gerar esperança e prosperidade para as famílias e aumentar as oportunidades de emprego, sobretudo para os jovens, mas também para a garantia da soberania alimentar do país, bem como para o equilíbrio da balança de pagamentos.

“É por isso que encaramos com bastante otimismo projetos como o Corredor do Lobito, que começa aqui na província de Benguela. Mais do que uma linha férrea, é uma grande mola impulsionadora e oportunidade de desenvolvimento das comunidades que se situam ao longo do Caminho-de-Ferro de Benguela”, disse o Presidente angolano.

O Corredor do Lobito, acrescentou João Lourenço, “é um ativo de importância estratégia de integração regional”, com um potencial que não se esgota nas fronteiras angolanas, pelo que deverá continuar a merecer a atenção do executivo angolano, apelando ao “engenho e perspicácia” do setor empresarial público e privado a impulsionar o desenvolvimento económico, com ênfase para os setores da agropecuária, indústria, mineração e turismo.

João Lourenço frisou o aumento do interesse estrangeiro por esta infraestrutura, realçando o recente anúncio da União Europeia da disponibilização de um pacote financeiro para o reforço do investimento nas áreas do comércio, formação profissional, transporte e património, enfatizando que a maior fatia desse financiamento será canalizada para o ensino técnico profissional.

A refinaria de Cabinda está a ser implementada pela GHL em parceria com a Sonangol. O projecto abrangerá uma área total de 313 hectares, mas a primeira fase ocupará apenas 30 hectares. O terreno situa-se a cerca de 3,8 quilómetros de Malembo, comuna mais próxima da cidade de Cabinda.

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