DESIGUALDADES SOCIAIS E POBREZA SÃO PONTOS NEGATIVOS DA PAZ ALCANÇADA, DIZ ANALISTA

LUANDA, Angola: Women gather in a street in the popular neighbourhood of Viana in Luanda. Angolans will head to the polls on August 24, 2022 to vote in general elections. - AFP
O analista Joveth de Sousa afirma ser lamentável que em 23 anos de paz e 50 de independência nacional ainda continua-se a verificar, em plena cidade capital, pessoas a procura de comida nos contentores de lixo, outros morrendo à beira dos hospitais por falta de assistência medica ou medicamentosa, e os altos níveis de desemprego da juventude, bem como as altíssimas desigualdades socais verificadas.
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Para Joveth de Sousa é necessário que a paz que se vive no país, se faça sentir no acesso à educação, saúde, serviços sociais básicos, direitos fundamentais entre outros.
O analista político afirmou ainda que a verdadeira unidade e reconciliação nacional será apenas alcançada quando o país conseguir ultrapassar as diferenças político-partidárias.
O analista político Joveth de Sousa destacou o silenciar das armas desde 2002, como sinais mais do que claros de que o país alcançou aquilo a que chama de “paz positiva”.
O analista apontou, por outro lado, o actual custo de vida das famílias angolanas, a fome e pobreza extrema que assolam o país como indicadores do recuo deste período de paz, que o leva a denominar este cenário como “paz negativa”.
Foi precisamente aos, 4 de Abril de 2002, na cidade do Luena, província do Moxico, onde foi assinado o “Acordo de Paz entre o Governo Angolano e a UNITA”, pondo assim a fim guerra civil de 1975-2002, que durou 27 anos, e que destruiu e atrasou o sonho dos angolanos, que ceifou a vida de centenas e milhares de compatriotas, e provocou vários deslocados do solo pátrio.
O país assinalou nesta sexta-feira, 04, 23 anos de paz desde o calar das armas.
O acto central das celebrações do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, aconteceu no município do Luau, na província do Moxico Leste, e foi presidido pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
Esperança da Costa depositou, na manhã desta sexta-feira, uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, num dos largos do bairro Popular do município do Luau.
Estiveram presentes na cerimónia de deposição de coroa de flores, a ministra da Educação, Luísa Grilo, o secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos Tchikanha, e outras entidades, dos quais membros do MPLA, UNITA, PRS, oficiais superiores das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional.
O evento decorreu sob o lema “Angola 50 Anos: Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.