MEMBROS DA FSA-CS DENUNCIAM IRREGULARIDADES E GESTÃO FRAUDULENTA

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Membros efectivos da Força Sindical Angolana – Central Sindical (FSA-CS), no pleno exercício das suas funções, denunciam o presidente da agremiação sindical, Cleófas Venâncio, e o secretário-geral, João Luís, ambos com mandatos cessantes, por alegados desvios sucessivos de verbas da instituição de utilidade pública. As denúncias surgem numa altura em que o 4º Congresso está aprazado para esta quinta-feira, 27 de Março de 2025.

PORTAL O LADRÃO

De acordo com as denúncias em posse deste portal, Cleófas Venâncio, também membro do partido político PRA-Já Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku, é acusado de violar sistematicamente os estatutos do sindicato e de presumível “compra de votos” para garantir a sua reeleição e permanência no cargo.

Irregularidades no Congresso

A FSA-CS vai realizar o 4º Congresso à revelia dos estatutos, que determinam que o evento deve ser convocado ordinariamente de cinco em cinco anos pelo Conselho Nacional ou a pedido de 2/3 das associações filiadas. Além disso, o congresso deveria ser convocado com antecedência mínima de três meses, o que não foi respeitado. Segundo fontes ligadas à organização, o congresso está a ser dirigido por uma presidência da mesa composta pelo presidente cessante, membros do secretariado nacional e delegados mais velhos e mais novos, mas este formato não está a ser seguido. “Colocaram pessoas que nunca pertenceram à organização. Nem existe uma comissão para tratar das candidaturas do conclave. Quem recebeu as candidaturas foi o presidente e o secretário-geral cessantes, Cleófas Venâncio e João Luís”, afirmou uma fonte.

Gestão Fraudulenta

Os denunciantes alegam que Cleófas Venâncio e João Luís estão a concorrer ao congresso apesar das divergências relacionadas aos desvios de dinheiro da organização. “Cleófas Venâncio retira trezentos mil kwanzas para gastos pessoais, João Luís mexe em quatrocentos mil kwanzas, enquanto o financeiro Daniel Ferreira retira duzentos mil, sem apresentar contas à Comissão de Auditoria e Contas. Os mesmos discutem abertamente sobre a gestão fraudulenta das verbas de utilidade pública”, acusam.

Compra de Votos

Cleófas Venâncio é acusado de oferecer duzentos mil kwanzas e computadores obsoletos aos delegados das províncias de Cabinda, Huíla e Kwanza-Sul, enquanto João Luís teria oferecido trezentos mil kwanzas e prometido viaturas Hyundai I20 para influenciar votos. Estas práticas são vistas como uma violação dos estatutos e um vício no processo eleitoral.

Manipulação e Exclusão

Os denunciantes afirmam que Cleófas Venâncio coagiu a administradora da página oficial do WhatsApp da FSA-CS, Rossana Feliciano, para bloquear críticas à gestão danosa. Posteriormente, criou uma nova página, excluindo membros e incluindo pessoas sem o aval do secretariado nacional. Nesta plataforma, Cleófas Venâncio e João Luís têm feito campanhas eleitorais, deixando de fora o candidato Paixão Kafukeno, que não pactua com os alegados roubos na organização.

Filiação Política e Fraude

Cleófas Venâncio, membro do PRA-Já, indicou Hélder Alfredo, secretário municipal do Camama, para liderar a comissão eleitoral, sem aprovação do secretariado nacional. Hélder Alfredo, que não é trabalhador da organização, teria recebido valores para favorecer os candidatos cessantes. Além disso, sindicatos não filiados, como Statepp, Aripippa, Stoka e Atram, foram introduzidos na organização para beneficiar Cleófas Venâncio e João Luís.

Resposta às Acusações

Contactado na última segunda-feira, 24 de Março, Cleófas Venâncio negou as acusações, afirmando: “Os dinheiros que recebemos foram investidos no sindicato. Comprámos uma sede que está a beneficiar os membros. Somos a organização mais coesa em relação a outras. Não temos problemas. Vamos para as eleições sem qualquer contestação. Os que estão a recorrer à imprensa não são membros da FSA-CS.”

A FSA-CS congrega sindicatos de sectores como construção, transportes, saneamento, segurança e comércio. Contudo, enfrenta uma crise de credibilidade devido às alegações de má gestão e irregularidades no processo eleitoral.

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