LÍDER DA FNLA ‘TRAVA VENTO COM AS MÃOS’
A crise política na Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) parece ser ‘uma praga’ que nunca termina. Embora o partido receba, trimestralmente, do OGE 16 milhões Kz, os secretários municipais continuam a trabalhar debaixo de árvores e em condições precárias. O presidente mostra-se incapaz de dar resposta aos desafios.
PORTAL O LADRÃO
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) continua ‘entalada’ num pântano profundo, sem era nem beira.
Por incrível que pareça, em pleno século XXI, os secretários municipais da FNLA continuam a trabalhar como no “tempo da pedra polida”.
Os encargos do Comité Provincial de Luanda são pagos por Ngola Kabango, antigo presidente do partido, cujo nome de carinho é ‘Velho Kapa’.
“Mesmo ao nível do Comité Provincial, não existe nenhum computador, impressora, nem tinteiros para imprimir documentos. Temos de procurar cónica do chinês. Apenas existem bancos corridos para os membros se sentarem”, disse, em anonimato, uma fonte ligada ao Novo Jornal.
Apesar de receber do Orçamento Geral do Estado (OGE) cerca de 16 milhões de kwanzas trimestralmente, o presidente do partido mostra-se incapaz de travar o retrocesso.
“Este valor não falha, é pago regularmente, só o Nimi-a-Nsimbi sabe para onde vai o dinheiro”, acusou a mesma fonte.
O NJ apurou da fonte ligada ao BP do partido que, para além do valor cabimentado pelo OGE, a FNLA conta com entre 8 e 10 milhões de kwanzas de comissários junto da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
A fonte revela que um comissário municipal recebe na CNE um montante de 395 mil Kz, todos os meses.
“O comissário municipal paga 70, o provincial 100, ao passo que o nacional paga ao partido 300 mil Kz. Nimi-a-Nsimbi não sabe para onde vai o dinheiro?”, questionou a fonte, para depois lamentar a situação deplorável do partido.
Agastado com o quadro sombrio do partido, o membro do BP aponta a incapacidade física de Nimi-a-Nsimbi como forte motivo para o retrocesso do partido.
“Ele fracturou a perna direita ao pisar em falso no mosaico da casa de banho, durante uma actividade política realizada no Uíge. Ficou muito tempo em Espanha, durante a fase do tratamento médico. O partido ficou parado, proibiu qualquer actividade na sua ausência. Isso só acontece na FNLA”, lamentou, para depois reforçar que, para além da condição física, “Nimi-a-Nsimbi está “caduco” psicologicamente”, rematou.
Na visão do membro do BP da FNLA, o presidente Nimi-a-Nsimbi está a ludibriar os militantes e pretende realizar o congresso apenas em 2028, depois das eleições gerais.
“Ele não reúne o BP e o CC. O ano passado (2024) terminou sem nenhuma reunião do CC. Está a esconder a sete chaves a data do congresso, pretende arrastar mais um mandato”, acusa.
Até ao fecho da edição, o NJ tentou, sem sucesso, ouvir a versão do presidente da FNLA. NJ