DENÚNCIA PÚBLICA EM MALANJE: EMPRESAS GESTERRA E CARRINHO ACUSADAS DE AFUNDAREM COOPERATIVA JOVENS PRODUTORES DA QUIZENGA

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FERNANDO GARCIA MIALA-SINSE.

PGR

SIC-GERAL.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

TAL COMO RECEBI:

“Mano Dito, boa tarde.

Pedimos que publiques esta denúncia para que o Presidente da República e os órgãos competentes tomem conhecimento e investiguem o caso. Sabemos que a tua página tem grande impacto social, por isso recorremos a ela.

Somos a Cooperativa Jovens Produtores da Quizenga, da Comuna de Quizenga, Município de Cacuso, Província de Malanje. Nossa cooperativa foi criada pelo Ministério da Agricultura, e cada um de nós recebeu 5 hectares de terra para produção, com o objetivo de ajudar na diversificação da economia. Também nos foi atribuído: uma casa T1 suíte, um galinheiro para criação de aves, um veículo e um mini-autocarro. Recebemos o título de concessão das terras, croquis de localização e outros documentos devidamente emitidos em nossos nomes.

Em 2022, produzimos 198 hectares de milho e colhemos 565 toneladas. A Gesterra vendeu este milho à Empresa Carrinho, mas, até hoje, não recebemos o pagamento de 56 milhões de Kz. Apesar das várias tentativas de resolver a situação com o PCA da Gesterra, Dr. Paim, não tivemos sucesso. Também contactamos o secretário-geral do ex-ministro, Dr. Prata, que prometeu intervir junto ao PCA da Gesterra, mas, até agora, nada foi resolvido.

Em 2023, voltamos a produzir milho. Durante a colheita, recebemos a visita do ex-ministro Eng.º Francisco de Assis e da PCA do FADA, que testemunharam o nosso trabalho. A PCA do FADA chegou a anunciar na TPA que o FADA tinha um pacote de crédito disponível para cada um de nós, devido à nossa dedicação e experiência. Elaboramos um plano de negócios em 11 de dezembro de 2023 e submetemos ao FADA, onde cada membro receberia 15 milhões de Kz.

No entanto, tudo mudou no início de 2024, quando fomos apresentados ao assessor do ex-ministro, Sr. Walter Demba, para nos prestar assessoria agrícola. A partir daí, os problemas começaram. Ao tomar conhecimento do crédito de 15 milhões de Kz, o Sr. Walter Demba fez manobras para cancelar nosso pedido. Ele elaborou outro plano de negócios, onde o crédito seria depositado na conta da empresa dele, Terra Sul. Segundo ele, cada membro receberia apenas 1,8 milhão de Kz. Também tentou nos forçar a assinar uma procuração para representá-lo como nosso procurador jurídico. Alguns membros recusaram assinar, suspeitando de fraude e corrupção.

Após isso, ele nos acusou de sermos “rebeldes” e alegou que usaríamos o crédito para fugir do país. Por conta disso, o ex-ministro instruiu a PCA do FADA a cancelar definitivamente nosso crédito e ordenou que nos retirassem as terras que trabalhamos desde 2021, apesar de termos um contrato de exploração de 15 anos.

Além disso, o Sr. Walter Demba orientou produtores chineses, que estão próximos às nossas terras, a cortar nosso fornecimento de água, inviabilizando nosso trabalho.

Até hoje, a PCA do FADA não comunicou oficialmente o cancelamento do crédito nem nos concedeu a oportunidade de apresentar nossa versão. Este é um ato de injustiça! Quando eles mesmos solicitam crédito, recebem sem dificuldades e muitas vezes nem pagam. Mas, quando é a nossa vez, fazem de tudo para inviabilizar o processo, apenas porque descobrimos os esquemas de corrupção.

Estamos dispostos a provar todas as denúncias apresentadas. Pedimos que as autoridades e demais interessados visitem nossa cooperativa para confirmar a veracidade dos fatos.

Mano Dito, somos todos angolanos e ninguém está acima da lei. Aguardamos  pela justiça!”

Anexo a procuração.

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