SABOTAGEM NA JMPLA: DELEGADOS DENUNCIAM CAMPANHA DE BOICOTE AO CANDIDATO ADILSON HACH
Delegados ao IX° Congresso Ordinário da Juventude do MPLA (JMPLA) denunciaram, no último domingo, uma série de sabotagens e boicotes à campanha do candidato Adilson Hach, durante um encontro realizado na província de Benguela. Os jovens militantes expressaram indignação com a postura de alguns primeiros secretários da JMPLA, principalmente os cessantes, acusando-os de sabotarem deliberadamente o processo eleitoral e enfraquecerem a candidatura de Hach.
Em depoimentos gravados e divulgados nas redes sociais, os delegados manifestaram frustração diante dos obstáculos criados por figuras da liderança da JMPLA, que, segundo eles, têm agido de maneira a impedir um ambiente democrático e transparente. “Estes actos de sabotagem e boicote são inaceitáveis e atropelam de forma vergonhosa os estatutos da organização”, afirmaram os delegados revoltados.
Segundo os relatos, os primeiros secretários, em vez de apoiar o candidato Adilson Hach, têm impedido o acesso à informação sobre as atividades da campanha e, em alguns casos, ocultado as viagens de Hach às províncias. Isso teria como resultado a baixa participação de militantes nos eventos de apresentação do programa do candidato. “Fomos informados apenas pelas redes sociais, pois a direção da JMPLA não nos notificou oficialmente sobre os encontros. Quando questionamos, disseram que não havia informações disponíveis. Isso fragiliza a nossa organização e torna o processo menos inclusivo”, explicaram alguns delegados.
Outro ponto de indignação foi o alegado uso de coação para forçar os delegados cessantes a apoiarem o candidato Capapinha, sob a ameaça de perderem os carros oficiais que receberam durante o mandato. “Estão a agir em benefício próprio e não em prol da organização”, acusaram os jovens.
CANDIDATURA DE ADILSON HACH GANHA FORÇA
Apesar das dificuldades, o candidato Adilson Hach tem conquistado a simpatia tanto dentro quanto fora do partido, especialmente por sua capacidade de comunicação e por sua postura ética. As suas intervenções públicas têm atraído o apoio de muitos jovens, que veem nele uma figura de renovação e comprometida com os princípios democráticos.
No entanto, fontes próximas à campanha de Hach apontam que alguns militantes têm sido pressionados a apoiar Capapinha, alegadamente em troca de favores ou para evitar represálias. Esses militantes, no entanto, expressam indignação por verem suas liberdades cerceadas e garantem que, no final, votarão no candidato de sua escolha. “As tentativas de manipulação são desprovidas de princípios democráticos e não nos farão mudar de opinião”, asseguraram.
SABOTAGEM PODE GERAR EFEITO CONTRÁRIO
Os jovens delegados acreditam que esses atos de sabotagem e coação psicológica podem ter um efeito contrário ao desejado. A crescente conscientização e o maior acesso à informação por parte dos jovens podem amplificar o apoio a Adilson Hach, já que muitos consideram essas práticas como uma tentativa de desvalorizar suas capacidades e de manipular suas escolhas políticas. “Essas atitudes revelam uma fraqueza e uma incapacidade de convencer os jovens com argumentos válidos. No final, não vamos votar no Capapinha porque queremos um futuro baseado na democracia e na liberdade”, afirmaram.
A tensão e os conflitos dentro da JMPLA refletem uma crescente disputa pelo controle da organização juvenil do partido, com a ala mais jovem buscando um ambiente de maior abertura e transparência, enquanto outras lideranças tentam manter a influência sobre o processo eleitoral.
O desfecho desta disputa pode ter implicações significativas para o futuro da JMPLA e do próprio MPLA, à medida que os jovens se tornam cada vez mais engajados politicamente e exigem um papel mais ativo nas decisões internas do partido.