NO ZAIRE: AGENTES DO SIC ACUSADOS DE RAPTAR ACTIVISTA POR “ORIENTAÇÃO DO GOVERNADOR ADRIANO MENDES DE CARVALHO”

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De acordo o mandado de soltura nº 732/SIC/024  assinado pelo procurador João Domingos Bingui  e datado aos 24 de setembro de 2024, a nossa redação tomou conhecimento que o activista e músico de intervenção social , Paulo José Kossi também conhecido por  Bilionário nas lides artísticas  esteve detido durante 5 dias por delito de opinião no município do Soyo, província do  Zaíre.

PORTAL O LADRÃO

Contactado pela NSISA REFLEXÕES, o activista Bilionário informou que o rapto que terá sido alvo ocorreu por conta de uma  conversa no grupo do Whatsapp ZAIRE EMERGENTE onde fez duras críticas ao governo do MPLA pela sua má governação,  entretanto no dia 19 de setembro saiu de casa para reparar o seu carro numa oficina algures do bairro Mpinda, onde foi surpreendido na via publica  por  agentes do SIC  a paisana que o convidaram a segui-los até uma viatura e na circunstância pediu que se identificassem, porém  sob tom de ameaças  apontaram-lhe as armas na cabeça  e foi sendo torturado com chapadas  até a esquadra localizada juntos a rotunda Dr. Agostinho Neto.

Após ter sido levado à esquadra, o seu carro ficou na via pública e esteve detido durante três (3) dias sem que a família tomasse conhecimento, e pela ausência não habitual os seus parentes foram a sua procura até a morgue e nas esquadras , entretanto as autoridades policiais recusaram-se em dar informações a respeito do activista raptado porque segundo pairava nos bastidores do SIC, estava detido por ordens superiores  do administrador municipal José Belo e do governador Adriano Mendes de Carvalho.

O activista ficou três (3) dias sem comer e nem beber água podendo também passar mal com o cheiro nauseabundo porque  as sanitas das celas estão entupidas, os presos e os agentes do SIC  defecam e urinam nos baldes, no entanto   as celas  estão cheias de  maminhos (bichos) que são vector de doenças para o detidos.

Ainda o activista Bilionário fez saber que,  o rapto deveu-se a  raiva da tentativa de compra de consciência fracassada, pois que  o  jovem  Celestino Olo na qualidade de 2º secretário do MPLA há meses que o tenta persuadir  para  filiar-se ao partido dos camaradas a troco de dinheiro e emprego, tanto que  durante a semana passada recebeu um telefonema do mesmo  a fim de que se deslocasse à administração municipal do Soyo acompanhado dos seus documentos para que seja empregado na função pública – logo na sua chegada, o Celestino Olo apresentou-lhe ao administrador municipal José Belo que prometeu resolver a sua situação logo que regressar de viagem em missão de serviço .

Segundo o José Belo e o Celestino Olo pretendem indenimizá-lo  por ter perdido o pai durante o conflito armado em 1994, mas a condição deve cessar as suas músicas de intervenção social sobre má governação do Zaíre , filiar-se ao MPLA, atacar o Jerónimo Nsisa e os demais activistas que fazem pressão ao governo local.

 O activista em tom de desalento informou que o Celestino Olo já sabia do seu rapto e consequente  detenção, mas quando foi contactado pela família, embora a  boa relação existente há anos com muitos parentes seus,  fingiu-se não saber de nada , mas apenas garantia que o Bilionário aparecerá porque é um dos nossos e  fiquem descansados porque nada de mal acontecrá com ele.

Outro facto relevante neste rapto foi que,  os agentes do SIC tinham o extrato bancário do activista e questionavam a origem do seu dinheiro porque o objectivo era que o acusassem de vários – também questionam quem  é o financia ou é o seu líder no exercício da cidadania por meio do activista cívico e artístico. Questionavam qual é a relação que tem com o Jerónimo Nsisa, é seu primo e foi ele quem transferiu este dinheiro que tem na conta ?

O procurador João Domingos Bingui   tinha por orientação encaminhá-lo para a comarca do Kivanda, porém  no 23 de setembro de 2024 tão logo o rei do povo Nzau Tona e toda corte do poder tradicional tomou conhecimento destas práticas ditatoriais do regime local, dirigiram-se à esquadra para exigir a libertação do activista tendo dito ao magistrado que se este rapaz for transferido para a comarca, então terá de prender todos nós e se até amanhã não pô-lo em liberdade, virei aqui sem roupa porque isso constitui abuso e humilhação para o povo do Zaíre . Finalizou dizendo que  o petróleo é nosso e a província não desenvolve,  mas os filhos da terra não podem reclamar, estas práticas devem cessar com urgência.

Pela  pressão da corte das autoridades tradicionais do Soyo, o plano macabro traçado contra o activista Bilionário falhou , mas para ser liberto foi obrigado a  pagar em cash  300 mil kwanzas conforme a certidão em anexo e  assinada pela Helena .

Segundo os activistas locais, desde  a chegada do Sr. Adriano Mendes de Carvalho como governador e primeiro secretário provincial do MPLA do Zaíre, embora escondido nos discursos populistas, mas  a juventude local  vive momentos tenebrosos no exercício dos seus direitos, liberdades e garantias fundamentais  porque os agentes do SINSE, SIC e os procuradores estão orientados em perseguir os  activistas nas redes sociais e notificá-los porque esta estratégia visa evitar-se que cresçam os níveis de conscientização dos cidadãos   face a produção de 80% do petróleo e do gás butano , mas que não reflete no desenvolvimento e bem-estar das populações.

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