MEXIDAS: MAIS QUE “MUDAR” O DIRECTOR O SIC TERÁ NOVO FIGURINO E POSTURA DECIDIDA

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A mudança do Director Geral dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), a favor de um “forasteiro no pelouro” não terá sido mero acaso, pois avizinham-se mudanças  profundas no figurino do SIC, uma decisão tardia, diante da urgência que se impunha naquele órgão castrense.

PORTAL O LADRÃO

Na Lente do Crime testou a pulsação da classe intelectual e público em geral sobre as mudanças no Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Na visão de não de um jurista, catedrático, que não quis identificar-se, “não foi uma mera mudança; a partir de agora muda-se todo o figurino, a autonomia dos homens de gravata em decidirem o rumo que o país segue com buscas, mortes, muitas sem qualquer justificação, acabou”, afirma.

“Agora, a ideia de criar-se um órgão que supervisionasse os Serviços de Informação e Segurança do Estado (SINSE) e os Serviços de Investigação Criminal (SIC), doravante vai vigorar”, prosseguiu, revelando que o critério pensante é atribuído ao malogrado Professor Universitário Laurindo Vieira. “A ele mesmo lhe foi proposto para dirigir este órgão, infelizmente acabou morto”, lamentou.

Não sendo um assunto novo, o Na Lente do Crime apurou que a disputa para o controlo da direcção dos Serviços de Investigação Criminal, entre os Ministérios da Justiça e do Interior, fez com que algumas figuras,  integrantes da contenda, acabaram envenenadas e mortas e, até aos dias actuais não se vislumbra o alinhamento numa ou noutra instituição.

NOVO CHEFE

Luciano Tânio Jorge Custódio Mateus da Silva até então desconhecido é o novo chefe dos Serviços de Investigação Criminal, proveniente da direcção do Corpo Especial de Segurança para Minerais Estratégicos (CESME).

O novo DG do SIC foi, no passado, chefe-adjunto do SINSE, ao tempo do consulado de Mariana Lourdes Lisboa, em 2006.

Mais tarde passou a dedicar-se à docência como professor universitário do PIAGET, apesar de ter a categoria de “assessor” do SINSE.

A dada altura, em finais de 2014, ventilava-se a hipótese do seu regresso para ocupar o cargo de director do Gabinete de Estudos e Planeamento, em substituição do acadêmico Manuel Avelino “Lóló”.

Porém, na vigência do Presidente João Lourenço, foi catapultado para Director do Corpo Especial de Segurança para Minerais Estratégicos.

Na visão de competentes análises, nos termos da Constituição Angolana, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) é, o órgão que tem a tarefa principal de proceder a investigação de crimes e a colecta de provas, de modo a assegurar a aplicação da lei e a proteção dos direitos dos cidadãos.

Nos últimos meses ocorreram denúncias sobre o envolvimento de altas patentes da Policia Nacional em contrabando, que envolveria uma investigação por parte do SIC e da PGR.

O afastamento da direção do SIC, em substituição de quadros do SINSE, pode ser vista como uma medida adoptada do Presidente Joao Lourenco de colocar “outsiders” a investigar estes escândalos sem que haja interferência da direção do Ministério do Interior.

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