JOÃO LOURENÇO ISOLADO: ANA DIAS LOURENÇO E FILHOS CONTRA O TERCEIRO MANDATO

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À medida que a política angolana se agita em torno da loucura de um terceiro mandato do Presidente João Lourenço, diversas fontes indicam que o líder enfrenta uma crescente solidão na sua busca por se perpetuar no poder, com a sua mulher, Ana Dias Lourenço, e os seus filhos manifestando uma clara oposição a essa ambição.

Ana Dias Lourenço, a primeira-dama, deixou explícito que não apoia os planos do marido. Em uma crítica directa, ela tem enfatizado a necessidade de João Lourenço respeitar os estatutos do MPLA e se preparar para uma transição de liderança. Segundo Ana, o Congresso Extraordinário convocado para dezembro deveria ser uma oportunidade para a escolha de um novo presidente, e não um momento para que o actual mantivesse a sua posição. “Mimoso, chega, deram-te a oportunidade e fizeste a tua parte. Não vamos insistir, esse caminho é perigoso”, desabafou com o esposo, na sequência de uma audiência que o PR concedeu a Nandó, antigo Presidente da Assembleia Nacional, que não correu bem. Essa resistência dentro do lar presidencial reflecte uma preocupação não apenas pela sobrevivência política do MPLA, mas também pela saúde da própria democracia no país.

Além disso, os filhos de João Lourenço, Henrique Manuel Pires Lourenço “Iko”, Cristina Geovanna Lourenço e Ana Isabel Dias dos Santos Lourenço, partilham a preocupação em relação à possibilidade de o pai violar leis para alcançar os seus objectivos. Consideram que o comportamento de Lourenço é uma repetição de erros trágicos de líderes africanos que tentaram permanecer no poder por meios não democráticos e acabaram mal. A sensação de impotência que sentem ao perceber que o pai não é receptivo a sugestões agrava ainda mais o ambiente de tensão familiar. Os filhos têm recorrido a tios e outros familiares em busca de apoio, mas sem sucesso.

Manuel Torres, comentador português, considera que a pressão interna e a falta de apoio familiar podem ser prenúncios de desafios ainda maiores para o presidente no futuro próximo. Ignorar os conselhos da sua esposa e filhos poderá não apenas resultar em fissuras na estrutura familiar, mas também exacerbar a contrariedade popular em relação à sua gestão. Assim, João Lourenço enfrenta uma escolha crucial: ouvir a voz da sua família e a vontade do povo ou arriscar-se a um caminho de solidão e descontentamento, que ameaçam não apenas a sua carreira política, mas também a estabilidade do país que governa.

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