AS MUDANÇAS QUE NÃO ACONTECERAM NA GOVERNAÇÃO DE JLO

0

Aqueles que queriam ver mudança no novo governo anunciado por João Lourenço devem estar muito desiludidos. Se há histórias em que um sapo se transforma num belo príncipe, na nossa História são os velhos irrevogáveis sapos que vêm formar governo apresentado pelo novo presidente.

PORTAL O LADRÃO

Comecemos pela análise da estrutura do Executivo recém-formado. Se é verdade  que houve uma ou outra fusão de ministérios, a disfuncionalidade orgânica  continua quer a nível político, quer a nível técnico.

As pastas políticas de apoio ao presidente foram insufladas. Há um Director de gabinete com categoria de ministro e há um ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República. Não se percebe bem a diferença. Depois, temos um ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República e um ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social.

Se considerarmos que estes quatro representam o topo político do Governo, temos ministros a mais, o que originará confusão e exercício paralelo de poderes.

Por sua vez, a nível técnico o emaranhado é ainda maior. Vejamos apenas a área económica, onde Lourenço afirma querer deixar marca. Temos um ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, um ministro da Agricultura e Florestas, uma ministra da Indústria, um ministro da Energia e da Água, um ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, uma ministra das Pescas e do Mar, uma ministra da Hotelaria e Turismo, um ministro do Comércio e, surpreendentemente, um ministro da Economia e Planeamento. Desde logo se percebe que estamos perante uma concepção soviética da economia segundo a qual cada parte da economia tem de ler um ministro para a dırigir. Errado.

Uma economia competitiva e de mercado necessita apenas de dois ou três ministros para enquadrarem e estimularem a actividade económica, não precisa de ministros para tudo. Além  do erro ideológico, temos também um erro funcional.

Vê-se logo que o ministro para o Desenvolvimento Económico e o ministro da Economia e Planeamento são uma e a mesma coisa. Para quê dois ministérios? Só vamos ter atropelos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *