SÓ NA GUINÉ-BISSAU É QUE JORNALISTA INSULTA O PRESIDENTE SEM CONSEQUÊNCIAS – PR

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O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que só no seu país é que o jornalista “insulta o Presidente sem que nada lhe aconteça” e que noutros países aqueles profissionais são assassinados por injúrias ao chefe de Estado.

“Nós vimos países em que o jornalista é abatido a tiro na rua”, afirmou o chefe de Estado guineense, numa tertúlia de mais de três horas no Palácio da Presidência, em Bissau, com cerca de três dezenas de jornalistas.

No encontro, em que Sissoco Embaló abordou diversos assuntos da vida do país, a relação com a comunicação social não escapou à análise do chefe de Estado guineense.

Nos últimos tempos, Embaló tem conhecido momentos de alguma tensão com a imprensa, ao ponto de o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) ter apelado ao boicote das atividades do Presidente.

A medida foi sugerida pelo sindicato na sequência de “atitudes repetidas” de Sissoco Embaló de “ataques à liberdade de imprensa”, nomeadamente respondendo com palavrões às perguntas dos jornalistas e outras ameaças.

Na semana passada, o Sinjotecs responsabilizou o Governo de iniciativa do Presidente guineense de agressões a duas jornalistas que cobriam uma vigília de professores em frente ao Ministério da Educação, em Bissau.

Uma jornalista relatou ter sido agredida pela polícia até desmaiar.

Na abordagem da sua relação com os jornalistas, Umaro Sissoco Embaló admitiu que, “de parte a parte, pode ocorrer derrapagens”, mas salientou que, na Guiné-Bissau, aqueles profissionais gozam de liberdade.

“Em que parte do mundo, penso que nos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e em Portugal, o único país onde o jornalista insulta o Presidente da República e nada lhe acontece é só na Guiné-Bissau”, declarou.

O Presidente guineense destacou que em Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe “nenhum jornalista tem o direito de insultar” o chefe de Estado, o que disse ser “uma vergonha” para os próprios cidadãos do país.

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