CONVERSAÇÕES DE PAZ NA RDC TERMINAM EM LUANDA SEM ACORDO E COM NOVA AGENDA

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A reunião de dois dias entre representantes da República Democrática do Congo (RDCongo) e do Ruanda, para discutir a paz no leste da RDCongo, terminou hoje em Luanda sem acordo entre as partes, mas com novos encontros agendados.

PORTAL O LADRÃO

Segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores, a reunião de nível ministerial “decorreu num ambiente sereno e fraterno tendo as partes reiterado o seu compromisso em trabalhar em conjunto” para encontrar uma solução duradoura para o conflito que afecta o leste da RDCongo.

A terceira reunião ministerial realizou-se sob mediação angolana, nos dias 20 e 21 de agosto para analisar a proposta de acordo de paz, submetida pelo Presidente angolano, João Lourenço, aos homólogos do Ruanda, Paul Kagame, e da RDCongo, Félix Tshisekedi após deslocações aos respectivos países.

As delegações foram chefiadas pelos chefes da diplomacia congolesa e ruandesa, Thérèse Kayikwamba Wagner e Olivier Jean Patrick Nduhungirehe, respectivamente.

Com o objectivo de abordar aspectos específicos do acordo, os ministros decidiram realizar uma reunião de peritos, nos dias 29 e 30 de agosto, e voltar a encontrar-se em Luanda nos dias 09 e 10 de setembro de 2024.

A proposta submetida às partes visa um entendimento relativamente a uma solução negociada e pacífica do conflito que prevalece na região leste da RDCongo, que se agravou no final de 2023.

A RDCongo acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde M23, para se apoderar dos recursos minerais do leste do país, enquanto o grupo armado alega estar a defender uma parte ameaçada da população tutsi que vive na província do Kivu do Norte.

O M23 é um dos mais de 100 grupos armados activos no leste da RDCongo, região muito rica em ouro e minerais raros fundamentais às maiores tecnológicas mundiais.

A Aliança Rio Congo, movimento político-militar que integra grupos armados como o M23, felicitou todos os intervenientes que procuram uma resolução pacífica da crise no leste da República Democrática do Congo, depois do anúncio de um cessar-fogo entre o Ruanda e a RDCongo mediado por Angola, mas sublinhou que não está “automaticamente vinculada às conclusões de reuniões para as quais não foi convidada”, reclamando o diálogo directo com o Governo de Kinshasa.

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