NO CAZENGA: CRIANÇA DE CINCO MESES MORRE AO INALAR GÁS LACRIMOGÉNEO LANÇADO PELA POLÍCIA NACIONAL   

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Uma criança de apenas cinco meses de vida, de nome Olívia António Quitala, morreu na manhã da passada quarta-feira, 19, no município do Cazenga, arredores do bairro Curtume, Distrito Urbano do Kimakieza, por supostamente inalar gás lacrimogéneo, depois que agentes da polícia entraram em choque com a população, após um efectivo do SIC, de nome Uatucaneto Moreira “Zico”, (em fuga) ter morto a tiro três pessoas, duas das quais membros da mesma família (avô e neto) quando regressavam de um óbito.

PORTAL O LADRÃO          

De acordo com a mãe da criança, Madalena Agostinho António que falou  ao portal  Na Mira do Crime, após ter se apercebido das três mortes causadas pelo seu ex-vizinho, no caso o Zico, quando marcavam 6 horas da manhã, deslocou-se com a bebé às costa até a ponta da rua para ver de perto os cadáveres.

Recorda que, naquele momento, o clima ainda não era de tensão. Tempo depois, continua, a população insurgiu-se contra os polícias, lançando pedras e outros objectos, e, em resposta, os efectivos lançavam gás lacrimogéneo.

“O fumo era demais então decidi levar a bebé até à casa, e coloquei-a na sala cobre um colchão”, disse.

Após ter saído da sala, a senhora conta que foi higienizar-se, quando ouviu mais um barulho que parecia ser uma bomba.

“Decidi colocar os outros dois meus filhos menores na sala, e não tardou eles começaram a gritar que a bebé estava a queimar no colchão”, explicou, acrescentando que, quando correu até ao local, encontrou o colchão e o mosquiteiro em chamas e a menina a sufocar.

“Não havia energia em casa, comecei a perguntar como aquilo era possível, se também não tinha vela acesa?”, questinou.

Apesar da confusão que havia na rua, a senhora conta que pediu socorro à população, e a bebé foi socorrida até ao Hospital Municipal do Cazenga “Somague”, onde depois foi transferida para o Hospital Neves Bendinha, onde acabou por morrer.

A mãe da Olívia diz que não sabe as reais causas que causaram o fogo no colchão e mataram a sua filha, no entanto, vizinhos contam que a única possibilidade eram as bombas de gás lacrimogénio que eram lançadas em números assustadores pelos polícias.

“A polícia estava a lançar muito gás lacrimogénio, estavam a disparar sem direcção, talvez uma dessas granadas tenha entrado em casa da senhora”, atirou um morador verificou-se que não havia perfuração no teto de casa.

Embora na altura estivesse uma janela aberta, a família não descarta a possibilidade que a mesma tenha entrado por aí, embora não tenham encontrado nenhum objecto que aponta para tal.

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