ARTUR ALMEIDA E SILVA MENTIU: FAF RECEBEU DO MINJUD 1,6 MILHÕES DE DÓLARES PARA O CAN

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O Ministério de Juventude e Desportos (MINJUD) e a Federação Angolana de Futebol (FAF) estão de costas viradas desde o passado mês, logo após a Selecção Nacional ter garantido passagem aos oitavos-de-final na liderança do grupo D, com sete pontos, confidenciaram ao Luanda Post fontes próximas às duas instituições.

O diálogo entre as partes terá cortado quando Artur Almeida e Silva, presidente da FAF, depois de muito tempo, decidiu revelar que a Selecção só chegou àquela fase por mérito próprio e dos dirigentes da Federação, porque o Ministério da tutela nem se quer uma palha tinha movido para garantir a participação condigna do conjunto angolano.

“Não é possível. Tratar o desporto dessa forma e, em particular, o futebol?”, questionou. “Olha, desta forma não vamos a lugar nenhum. Os senhores não imaginam o sacrifício que temos de fazer para termos aqui essa representação. É a nação [que está] em causa, mas infelizmente as pessoas não têm noção. Mas graças a Deus, a moral é bastante alta, e nós não temos condições nenhumas para nos calarmos. Temos de falar aquilo que é a verdade”, lamentou Artur Almeida e Silva.

As declarações de Artur Almeida e Silva não terão caído bem para o pelouro de Palmira Barbosa, pois que, horas depois, a secretária de Estado dos Desportos, Teresa Ulundo, caiu, na Costa do Marfim, por cima de Artur Almeida e Silva, acusando-o de mentiroso, porque, afinal de contas, o Ministério sempre deu apoio aos Palancas. Teresa Ulundo desvendou a Federação, para a campanha dos Palancas Negras, recebeu um milhão e 600 mil kwanzas do Ministério da Juventude e Desportos e outros valores oriundos da Sonangol e da ENDIAMA.

Esta revelação da secretária de Estado, segundo fontes do Luanda Post na competição, quase que deixaram altura de forças, pois foi confrontado pela pessoa do Ministério que cuida do sector desportivo. De lá para cá, Artur Almeida e Silva nunca mais foi visto a dar entrevistas aos órgãos nacionais presentes na competição, tendo deixado a empreitada para o seu adjunto, o advogado José Carlos, que desempenha as funções de vice-presidente da Federação Angolana de Futebol.

Para quem conhece a FAF, pelo menos na gestão do actual elenco, o seu líder, há muito que não fala de futebol. Quando lhe é entregue o microfone, apenas faz chantagem emocional. Foi assim em 2022, dias antes do início do apuramento para o CAN que agora está a ser disputado.

Na altura, a notícia foi dada à estampa pela rádio pública e inundou as redes sociais, tendo, o efeito que, muito provavelmente, a cúpula do órgão reitor do desporto-rei no País pretendia, como sempre, criar estado de opinião a favor de um desembolso o mais rapidamente possível para a Selecção Nacional. A táctica é a mesma de sempre: quando o dinheiro público está atrasado, usa a comunicação social para carpir lágrimas. Depois, o peditório velado é amplificado pelas redes sociais.

Na sequência, o Governo, pressionado, é obrigado a abrir os cordões à bolsa devido ao clamor popular. O desempenho dos Palancas Negras, que neste domingo chegaram ao País, veio provar que o futebol é mesmo o ópio do povo. No fundo, o que Artur Almeida e Silva fez tem um cheiro intenso à chantagem emocional, porque o estado actual da imagem de pedinte em que FAF se transformou, diga-se em abono da verdade, é de quem votou para o elenco em funções.

Nesta novela toda de choradelas da FAF, o que intriga o Ministério da Juventude e Desportos são as faltas de comprovativos de como os dinheiros canalizados para aquela instituição são gastos. Aliás, até a presente data, nunca se quer foram tornadas públicas as contas da instituição, algo que afugenta os investidores, pois foi assim que a FIFA tinha suspendido os apoios à Federação, por não ter a cultura de prestação de contas.

O desempenho dos Palancas Negras, que fizeram as pazes com o público, obrigaram até mesmo o Presidente da República, João Lourenço, a anunciar incentivos de que, apesar do fracasso, a próxima será a vez de Angola trazer o troféu para o País, mas, para tal, a mais alta figura prometeu mais apoios. Luanda Post

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