IRREGULARIDADES LEVAM AO ENCERRAMENTO DE LOJA
A Inspecção Geral do Trabalho mandou encerrar a loja D1, da New Feeling, situada no Shooping Lindeza, no bairro do Kikolo, província de Luanda, por ter constatado irregularidades e desrespeito aos direitos humanos.
PORTAL O LADRÃO
A medida foi tomada, sexta-feira, na sequência de um vídeo que circula nas redes sociais, apresentando os trabalhadores a serem revistados em partes íntimas, por suspeita de roubo.
A acção foi constatada pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), numa actividade conjunta com a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), Inspecção Municipal do Cazenga e o Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Os órgãos do Estado, durante a visita de constatação, verificaram diversas irregularidades, como a falta de condições dignas de trabalho, abuso aos trabalhadores, entre outras situações.
O inspector-chefe dos serviços provinciais da IGT, Hamilton Ribeiro, revelou que serão tomadas as medidas nos termos da legislação, com realce ao pagamento de multa e obrigatoriedade da melhoria das condições de trabalho.
O inspector referiu que o momento serviu, também, para analisar as condições dos trabalhadores do shoping e aferir se a lei tem sido cumprida. Lembrou que todos devem ser tratados com consideração e respeito pela sua instituição.
Hamilton Ribeiro aconselhou os trabalhadores a terem cultura de denúncia, para que casos do género sejam banidos. Aos empregadores pediu respeito aos direitos humanos, no sentido de evitarem sanções, correndo o risco de verem as suas empresas encerradas.
“Eles mandam tirar a roupa, até ao ponto de olharem para o interior do biquíni. A chinesa que tem nos revistado não tem maneiras. No contrato nunca assinamos essa cláusula. Apesar de já ter ouvido que alguns trabalhadores roubam, não é motivo para todos serem abusados desta forma”, lamentou uma das trabalhadoras, acrescentando que não entende o procedimento, porque a loja tem câmaras montadas e os proprietários podem controlar através deste sistema de segurança.
Com 45 mil kwanzas de salário mensal, a jovem conta que era obrigada a suportar os abusos, porque tem de sustentar as filhas.
Contou que quando desaparece uma peça de roupa, os trabalhadores são obrigados a pagar sendo descontados nos salários, uma situação que a deixa triste, porque não tem nada a ver com os furtos.