MORREU EDUARDO VELOSO O ASSASSINO DO 27 DE MAIO 1977
Faleceu nesta quinta-feira, em Lisboa, Eduardo Veloso, um antigo oficial da DISA – Divisão de Segurança de Estado, a precursora do SINSE, e que se notabilizou em operações menos dignas durante os massacres do 27 de Maio de 1977.
Nascido na província do Namibe, Eduardo Veloso, era no 27 de Maio, uma espécie de Fernando Receado, o numero dois do Serviço de Investigação Criminal (SIC). O seu nome é frequentemente citado em livros e em depoimentos relatando a forma como torturava as suas vitimas no “27 de Maio”. Citam-no na mesma dimensão de Carlos Jorge, Pitoco, “Wandijimbi” e etc.
A uma edição do Jornal português “Expresso” de Janeiro 1992, apresenta Eduardo Veloso como parte do grupo (junto com Carlos Jorge e Pitoco) que torturou um antigo um antigo ministro do Trabalho de Portugal, exilado em Angola desde 25 de Novembro de 1975, e que fora embrulhado pela história. O ex ministro português foi torturado durante interrogatórios da DISA.
«Carlos Jorge, Pitoco e Eduardo Veloso chicoteia-no [a Costa Martins], batem-lhe com um pau com espigão de ferro, massacram-lhe as costas com correias de uma ventoinha de camião. Ao chicote chamavam Marx e, ao espigão, Lenine. Uma das vezes puseram-no numa sala, junto a uma máquina de choques eléctricos. Ainda cheirava a carne queimada», lê-se no Livro, “Purga em Angola”, de Dalila Cabrita.
Na década de 90, e já oficialmente fora segurança do Estado, Eduardo Veloso seria feito Director Geral da estatal Unicarga, cargo que ocupou durante 19 anos. Esteve também no mundo dos negócios criando a empresa Eduardos – Trânsitos, Logística e Serviços com o filho Eduardo Jorge Magalhães Veloso.
De acordo apurações, para além de Veloso, que acaba de faleceu em Portugal, está também a receber tratamento médico na capital portuguesa, o antigo diretor adjunto da DISA, Henrique de Carvalho Santos “Onambwé”.