ELIAS CHIMUCO O EMPRESÁRIO “COBRADOR” DE FALSAS DÍVIDAS AO ESTADO DEVE SER INVESTIGADO PELA PGR

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Empresário “cobrador” de falsas dívidas ao Estado deve ser investigado pela PGR defende corrente do MPLA que apoia João Lourenço no combate a corrupção

A Procuradoria-Geral da República está a ser encorajada a investigar o empresário e membro do Comité Central do MPLA, Elias Piedoso Chimuco, denunciado em abril por participar de um esquema de falsificação dívida pública a favor do Grupo Chicoil, por si fundado, lesando o Estado em várias centenas de milhões de dólares.

De acordo com informações obtidas pelo portal Diário dos Negócios, uma corrente que apoia os esforços do Presidente da República e do MPLA, de combater a corrupção e outras práticas nefastas que enriquecem um pequeno grupo de angolanos e prejudica a esmagadora maioria, vem pressionando para que todos os camaradas denunciados por tentarem obter vantagens ilícitas em função das posições que ocupam, enfrentem a justiça.

O esquema de Chimuco Segundo o portal Maka Angola, a 18 de Julho de 2019, Pedro Mutindi, que tem uma relação muito próxima com Chimuco, remeteu ao Ministério das Finanças o Ofício nº 162/GGPCC/2019, em que reconfirmava os serviços prestados por cinco empresas do Grupo Chicoil, nomeadamente a Deolux Industrial & Comércio, a Bela Maskote Import-Export, o Supermercado Cesta Básica, o Grupo Serra do Moco e a Augulise. O então governador reiterou que os serviços foram prestados “no âmbito do programa de apoio às populações mais carenciadas”, conforme objecto dos contratos assinados com as referidas empresas.

Pedro Mutindi juntou à documentação probatória a “Confissão de Dívida e Acordo de Pagamento” e a “Acta de Reconciliação da Dívida”, por si emitida, a 13 de Maio de 2019, para cada uma das cinco empresas do Grupo Chicoil. Acresceu, ainda, a “Declaração de Reconhecimento da Dívida” por si passada, para cada uma das referidas empresas, a 18 de Julho de 2019, segundo o denunciante.

Acontece, porém, que “no âmbito do programa de apoio às populações mais carenciadas” o governo provincial do Cuando-Cubango, comprou, às empresas do Grupo Chicoil, um total de 152.800 caixas de pastas de arquivo e 147.500 caixas de resmas de papel, no valor total de 884,41 milhões de kwanzas (equivalentes a 5,3 milhões de dólares) para distribuição entre os mais pobres, conforme testemunho do então governador Mutindi.

Segundo a denúncia que se encontra disponível no portal Maka Angola, tais aquisições fazem parte de um pacote de bens fornecidos pelas cinco empresas do Grupo Chicoil S.A., avaliado em mais de 35,5 mil milhões de kwanzas (equivalentes a 214,2 milhões de dólares).

Chimuco que é descrito fontes como velho cobrador de falsas dívidas ao Estado, respondeu ao Maka Angola refutando as acusações, mas a resposta desprovida de fundamento credível potenciou a suspeita de que o caso deve ser investigado pela PGR.

De acordo com fonte do Diário dos Negócios, o empresário já foi no tempo de José Eduardo dos Santos, denunciado por retirar ilegalmente avultadas somas divisas de Angola. Por via das suas empresas no Dubai emitia facturas para as suas empresas em Angola que eram prontamente pagas pelos bancos mas ao país nunca chegavam os produtos pagos com alguma prioridade fruto das relações de privilegiadas entre Chimuco e alguns ex gestores bancários.

Chimuco é um jovem empresário que segundo fontes começou a ganhar dinheiro no tempo da guerra comercializando diamantes de sangue e que depois veio a estabelecer negócios com a família dos Santos e membro do governo na era de JES, o que lhe garantiu protecção em Angola. Tem negócios estabelecidos em Angola, África do Sul, Dubai (onde tem estado com frequência) e noutras partes do mundo.

Com a entrada de João Lourenço no poder, os seus negócios em Angola sofreram queda considerável. Chimuco que na legislatura passada foi deputado não goza da simpatia do actual Presidente da República e não está entre os eleitos de Lourenço que têm beneficiado dos grandes apoios do Estado. Vários projectos do empresário estão parados por supostamente faltarem financiamento, outros não são lucrativos. De acordo com fontes, o empresário sobrevive graças aos esquemas de falsificação de dívidas públicas.

Um jurista ouvido por este portal, realçou o facto do empresário gozar da presunção de inocência até ser julgado e condenado. Sobre as denúncias, o jurista defendeu a acção imediata da PGR para aferir a responsabilidade do empresário nos esquemas denunciados e de todos os agentes públicos que tenham agido em sentido contrário ao interesse público.

Esforços foram feitos no sentido de ouvir a reacção do empresário, mas até ao momento da publicação deste artigo não respondeu o questionário enviado.

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