PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO CONSIDERA “IMPORTANTE CATALISADOR DE MUDANÇAS” COM OS NORTE-AMERICANOS

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O Presidente da República, João Lourenço, destacou, domingo, que a parceria crescente entre Angola e os Estados Unidos da América “é um importante catalisador de mudanças” que se vão operando no país e que “contribui paulatina e progressivamente para a criação de condições de vida prósperas para o povo angolano”.

Segundo o Presidente da República, que assinalou, em mensagem, o 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas com os EUA, o Executivo mostra o apreço pelo estreitamento crescente dos laços que ligam os dois países.

Na óptica do Chefe de Estado, esta significativa celebração teve a particularidade de ser destacada com palavras inspiradoras do Presidente Joe Biden, em que expressou pontos de vista com os quais partilha inteiramente.

João Lourenço realçou que, ao assinalar-se três décadas de relações diplomáticas, se pretende colocar ênfase no facto de se terem vindo a revelar cada vez mais importantes e transformadoras para ambos países e povos.

“Os nossos valores partilhados e o nosso compromisso com a prosperidade, segurança, inovação, justiça e amizade, é irreversível e, neste contexto, realço os anúncios feitos pelo Presidente Joe Biden na recente Cimeira do G7, em Hiroshima, no Japão, como mais uma evidência da parceria crescente entre os nossos dois países”, sublinhou o Chefe de Estado.

De acordo com o Presidente João Lourenço, as relações entre os EUA e a República de Angola vêm-se desenvolvendo aos mais diferentes níveis com indícios de uma elevação para patamares cada vez mais altos.

“Nossos dois países são parceiros em circunstâncias iguais, com uma colaboração directa florescente a todos os níveis e em todos os domínios. Os investimentos significativos em Angola, anunciados pelos Estados Unidos da América em áreas-chave como da Tecnologia Digital, Energia Solar e Infra-Estruturas Ferroviárias, assentam sobre entendimentos alcançados entre os nossos países e na crescente parceria também na área da Defesa e Segurança”, acrescentou.

Por isso, sublinhou, a República de Angola vai continuar a desenvolver esforços para fortalecer e aprofundar, a todos os níveis, as relações político-diplomáticas e cooperação económica com os EUA, na base do respeito, da reciprocidade e das vantagens mútuas para o benefício dos dois países e dos seus povos.

“Agradeço ao Presidente Biden, aos Republicanos e Democratas no Congresso e no Senado dos EUA e ao povo americano, pelo posicionamento construtivo e pelo espírito de colaboração que hoje define a relação entre os nossos dois países”, concluiu o Presidente da República, João Lourenço, na mensagem alusiva ao 30º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Angola e os EUA, assinalado sexta-feira (19 de Maio).

 LAÇOS REFORÇADOS EM CONFERÊNCIA

A propósito da efeméride, realizou-se, em Luanda, sexta-feira, uma conferência subordinada ao tema “Angola-EUA: Principais marcos e desafios para o futuro”, em celebração do 30º aniversário desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois Estados.

Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, afirmou que Angola vai continuar a envidar “todos os esforços para fortalecer e aprofundar, a todos os níveis, as relações político-diplomáticas e de cooperação com os Estados Unidos da América”.

Ao discursar na abertura da conferência, na Academia Venâncio de Moura, o chefe da diplomacia angolana sublinhou que os laços de cooperação serão fortalecidos sempre na base do respeito, da reciprocidade de vantagens mútuas e benefícios para os dois países e povos.

Téte António disse ser pretensão do Governo que num futuro próximo os diálogos sectoriais sejam alargados a outros domínios como a Saúde, Educação, Agricultura, Indústria, Agropecuária, Turismo, Segurança e Infra-Estruturas.

Sobre o actual estado de cooperação Angola/Estados Unidos da América, o ministro sublinhou: “Podemos afirmar, com toda a certeza, que as relações bilaterais entre os dois países, nos mais variados domínios da vida política, diplomática, económica, social e cultural, atravessam um excelente momento”.

Durante a conferência, Téte António referiu que o evento teve como objectivo debater a dinâmica das três décadas e perspectivar novas áreas de cooperação e encontrar mecanismos para melhorar as áreas já existentes entre Angola e os EUA.

O diálogo político e económico de alto nível tem sido desenvolvido no âmbito da Comissão Bilateral e, nos últimos anos, tem havido trocas regulares de visitas e consultas, com vista ao aprofundamento das relações de cooperação nos diversos domínios.

Angola e os EUA estabeleceram relações com realce para a Economia, Comércio, Finanças, Energia, Indústria Transformadora, Serviços Aéreos, Segurança, Saúde, Justiça, Promoção da Paz e Segurança Regional, Luta Contra a Corrupção e Promoção da Democracia.

Téte António aproveitou a oportunidade para convidar os empresários norte-americanos a investirem em outros sectores, de modo a aumentar e a diversificar os investimentos na economia angolana.

Ao fazer uma pequena incursão na relação entre os dois países, o ministro recordou que Angola e os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas oficiais a 19 de Maio de 1993, resultando depois na abertura de Embaixadas em ambos os países.

 INTERCÂMBIO ENTRE AS DUAS NAÇÕES

Tulinabo Mushingi, que falava durante a cerimónia realizada pela Embaixada dos Estados Unidos, para saudar os 30 anos de relações diplomáticas com Angola, disse tratar-se apenas do começo, tendo em conta o que ainda pode acontecer nas próximas três décadas.

O embaixador referiu que este crescimento exponencial das relações diplomáticas entre EUA e Angola reflecte o reconhecimento dos líderes dos dois países, assente no princípio segundo o qual juntos podem construir um futuro próspero mais pacífico em Angola, nos Estados Unidos e em todo o mundo.

“As reformas contínuas, incluindo a luta contra a corrupção e as eleições municipais que trazem a democracia para o nível da comunidade, garantirão um governo responsivo e responsável”, salientou o embaixador norte-americano em Luanda, para quem, ao criar um ambiente de negócios que atraia o investimento privado, Angola poderá realizar a sua meta de diversificar a economia e criar empregos para assegurar a prosperidade.

Mushingi ressaltou, ainda, que a liderança angolana vai ajudar, como força regional de paz e segurança, a garantir um continente africano e uma região atlântica pacífica, segura e próspera. “Estamos orgulhosos do papel que os diplomatas dos EUA desempenharam no apoio ao desenvolvimento e a implementação do acordo de paz de 1991, ajudando na reconstrução de Angola e no apoio à transição para a democracia multipartidária”, recordou.

Ressaltou que, face aos investimentos que estão a ser feitos no sector energético, o país poderá estar, em 30 anos, na vanguarda da revolução da energia limpa, adiantando que a liderança contínua de Angola na conservação pode garantir a preservação do Delta do Okavango para as próximas gerações.

O embaixador lembrou que a Parceria Estratégica lançada, em 2010, pela secretária Hillary Clinton e pelo então ministro angolano das Relações Exteriores, Assunção dos Anjos, abriu um novo capítulo e tornou Angola um dos quatro parceiros estratégicos em África dos EUA.

OS ESTADOS UNIDOS CONTINUARÃO A ESTAR AO LADO DO POVO ANGOLANO

Numa declaração, por ocasião dos 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e os EUA, Joe Biden sublinhou, na sexta-feira, que os dois países estão a trabalhar para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas.

Joe Biden acrescentou, igualmente, que está “ansioso para aprofundar a parceria entre as duas nações”, destacando que os Estados Unidos vão contribuir para a infra-estrutura global e o investimento para construir uma infra-estrutura sustentável e de qualidade que conecte Angola aos mercados globais.

O Presidente norte-americano assegurou que os EUA vão continuar a apoiar o Governo e o povo angolano na promoção de uma maior paz e estabilidade na região e no reforço das instituições democráticas, bem como na erradicação da corrupção e formação de um processo político inclusivo.

“Aguardo, com expectativa, o aprofundamento da parceria entre as nossas nações, da amizade entre os nossos povos, à medida que forjamos um futuro melhor, destacou Biden na mensagem, referindo que a celebração dos 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e EUA serve para reflectir sobre os valores partilhados, que unem as parcerias entre os dois Estados e renovar o compromisso de alcançar uma visão comum para um mundo mais pacífico, seguro e democrático para todos.

 “Os nossos dois países estão a trabalhar, em conjunto, para alcançar essa visão”, declarou Biden, acrescentando que os dois países estão a trabalhar para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas, reforçar a paz, a prosperidade e a cooperação em toda a região do Atlântico.

O Presidente norte-americano terminou a mensagem ao sublinhar que as relações entre Angola e os Estados Unidos da América passam, também, pela expansão da cooperação económica, incluindo a procura de investimentos adicionais através de parceria e investimentos globais, para a construção de infra-estruturas de qualidade e sustentáveis que liguem este país africano aos mercados globais.

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